quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Ciclo clichê
Então eu fui embora. E cada dia parecia uma semana. Eu acordava com medo e dormia angustiada. E todos os dias eram os mesmos dias. Nada mudava, exceto a falta que eu sentia. Mas eu tinha decidido ir embora e pela primeira vez o meu princípio era seguir em frente. Então eu deixei. Deixei que me levassem... me permiti tentar me manter afastada dos pensamentos de sempre. Tentei agir de forma diferente. Tentei ser outra pessoa. Mas eu fui embora e por mais que as coisas tivessem melhorando, quanto mais saudade eu sentia mais fora de mim eu ficava. E quanto mais fora de mim eu ficava mais eu me sentia perdida. E quanto mais eu me sentia perdida mais eu sentia saudade... e isso não acabava. Os dias duravam uma semana, e a melhor parte da semana eram as noites. Como eu gostava daquelas noites! Desde a hora que eu dormia até cinco segundos antes de eu acordar. E dormia, dormia. E mesmo com tanto esforço, eu segui em frente. Eu fiquei lá, as vezes sozinha, as vezes não. Eu pensava, eu tentava, eu vivia. Mas eu precisava sempre dar um passo muito difícil pra continuar, e eu dava, e ficava cada vez mais difícil. Então eu perdi a cabeça e comecei a me refugiar da realidade em que eu me encontrava. Congelei toda lembrança que eu tinha, guardei toda a insegurança, me enchi de estupidez pra ser uma pessoa que não existia. Me fechei de todas as formas e quis mostrar que as coisas também podem ser do jeito que eu quero. Só que ninguém nunca tinha me contado que quando a gente não tranca alguma porta direito, ela pode se abrir sem que a gente perceba. E aí a mesma história começa outra vez, e da mesma forma, provavelmente, acabaremos perdidos. Meus parabéns, pois quem venceu não foi eu.
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