sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Amar; pode até ser

"Já não me sinto satisfeita escrevendo para as paredes. Você nunca me disse "seja bem-vinda" e eu mesmo não me importei em saber se poderia chegar assim tão de repente e te colocar dentro do meu coração sem te pedir permissão. Não cheguei a dizer toda a verdade. Sempre tive um grande medo de me expressar mal e exagerar. Mas não havia como. Apenas deveria lhe dar uma resposta completa, dizer o que eu tinha pra oferecer, o tamanho de você que existia em mim. (...)
Tudo que você me disse um dia, seja bom ou ruim, não vai ser esquecido. Eu não quero dizer nada que vá te ferir, se conseguisse impediria que minha boca se calasse às suas perguntas. (...) Mas você não consegue me entender, quer mudar minha forma de agir, mas não percebe que isso tudo faz parte do meu plano pra te esquecer? Não percebe que dói ter oportunidade de te dizer o quanto gosto de estar contigo, mas não querer pra não me machucar ainda mais? Não percebe que eu só penso em me divertir pra ver se não encontro um modo de fugir de você sem ser com você? Eu tenho um jeito tímido de ser romântica, e você tem um jeito diferente de ser romântico. E tudo que eu digo e faço é pra tentar provar pra mim mesma que eu não estou apaixonada. (...) Não quero te deixar triste, mas também não quero ser triste pelo resto da minha vida. Não me diga adeus, me devolva a mim, mas não, não vá embora, não vá. Mas lembre-se de mim. Pode ser que eu tenha te amado, pode ser."

Rafaela Schmitt

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

A juventude sofre e ninguém parece perceber. Eu tenho um coração. Eu tenho ideais. Eu gosto de cinema e de coisas naturais. ♫

Legião Urbana, Aloha.
Quando pensar em querer o coração de alguem, também queira ser responsável, se não você o perde, e o alguém também.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Esse tempo já passou

Eu tenho tanta vontade de nada que chega até a me dar dor de cabeça. Ainda tenho vontade de ter apenas pra mim o que já esteve em minhas mãos e que agora qualquer uma pode ter. Mas hoje eu sei o que é certo e pra falar bem a verdade, eu não gosto de ter esse conhecimento. Se eu pudesse, erraria até o final da minha vida, se fosse de um modo que me fizesse sentir como eu me senti à um tempo atrás. Talvez não tenha sido a felicidade em si, mas uma realização -extremamente- confusa da qual eu não queria que se fosse tão cedo, por que já estava quase transformada em uma felicidade tranquila, tudo perfeito seria. E esse ponto, infelizmente, não teve oportunidade de chegar. Uma história com palavras e gestos repetidos, outra vez sem um motivo o que me fez pensar que pode ser que nada tivesse valido a pena -isso logo se apagou da minha mente-, como se não houvesse nenhum sentimento. O ruim é não ter certeza de nada, estar sempre com medo de perder aquela pessoa, e por isso querer abraçá-la sempre bem forte, como se fosse a última vez. E quando se vai, mesmo com um sorriso, mesmo com um gesto de carinho ou um beijo louco de quem está apaixonado, mesmo assim nunca temos a certeza. Todo mundo sabe que quem gosta mais, se fere mais, se ilude e desilude mais. E quem gosta menos, sempre acha que a gente vai voltar. De todas as vezes eu estive lá, eu voltei, e me acostumei com o medo -dificil de lidar- somente pelo prazer de ter de novo o que já havia me feito feliz um dia. Vivi desde o começo com o pensamento de que tudo se repetiria; dito e feito. Mas eu não volto mais praquele lado não. E se eu voltar, não vai ser pra fazer papel de trouxa não. Eu não preciso sentir algo ruim pra poder sentir algo bom, eu vou resistir, não importa o que vá passar pela minha frente, pela minha cabeça, eu estou sozinha e afinal, tudo acaba mesmo, que diferença faz? Vem logo a vontade de viver, de me divertir sem pensar no que os outros vão achar, quem decide minha vida sou eu. Só quero compromisso comigo. Ninguém mais, não agora.


Rafaela Schmitt

sábado, 18 de dezembro de 2010

Um pequeno espaço para o amor


Deve chegar a ser curioso para os olhos que me seguem de fora. Pra mim também é um pouco esquisito, onde estão minhas palavras sobre o amor? Todos falam, todos tem seu ponto de vista, todos tentam mas na verdade, ninguém consegue explicar. Talvez eu pudesse expressar com algum texto o meu amor. Aquele de mãe, ou de amizade, sabe? Por que eu ainda não me arrisco a dizer que amo alguém, quero pra sempre alguém. Pra mim, hoje - diferentemente de antigamente - o "eu amo você" tem um significado a mais, bom, estamos falando de amor não é? Óbvio que tem um grande valor! E eu não quero dizer "eu te amo" pra ninguém por não ter certeza. Mas eu vou expor minhas outras possibilidades, e dessa vez, sem vergonha, por que não há o que temer. Pode ser que tudo isso não passa de um trauma, toda essa dificuldade para amar ou simplesmente para demonstrar esse sentimento, oque demoraria no máximo três segundos. Mas é só amor. Talvez eu tenha medo por não ser algo recíproco, eu sei que não é, mas um dia eu acreditei que quase foi, e me perdi naquelas palavras delicadas que me trouxeram um dos momentos únicos, de felicidade. Mas é só amor. Talvez eu apenas não queira perder meu valor, mas o que isso tem haver? A verdade é que eu não sei de nada; se isso não fosse amor passaria rápido, eu resistiria, eu negaria toda a chance que eu tivesse de um beijo, um carinho, eu iria pra bem longe mesmo com um pedaço de dor. O que me deixa nervosa é o tempo. Já fazem vários meses que eu tento fazer com que passe rápido, tento não lembrar e de fato eu esqueço as vezes - mas nunca por um dia inteiro - , as horas passam mas parece que isso não muda nada, nunca muda, nunca. Agradeço por ter tanta paciência, por que eu tenho, mesmo que as vezes eu tranque a porta do meu quarto e chore pra caralho e desesperadamente, eu tenho paciência! Entender, ah, como eu queria. Não tem uma definição correta e completa, é bonito, traz o limite da felicidade e o limite da dor. Não parece louco? Mas é só amor. E o amor é louco. Talvez eu não ame, talvez eu ame, há uma possibilidade...perdida. Que diferença vai fazer pra mim, amar ou não amar? Poxa, é só amor! Mas não é só amor, é tudo aquilo que quem ama sabe. Ou acha que ama. Estou começando a me sentir desconfortável. É só mudar de 'solidão' para 'amor/quase amor' que muda meu modo de explicar. Pronto, agora todos sabem: muitas lágrimas saem dos meus olhos que pra maioria das pessoas parece ser eternamente seco. E eu quase disse que amo! Mas eu não sei, eu não sei, de verdade, não questione. Só sei que se não for amor, é algo parecido. Também inexplicável,como o amor. Amor, amor, amor... eu acho que eu morro de medo de amar.


Rafaela Schmitt.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Solidão,dor. Costume,conforto.

Unicamente feita parar chorar de felicidade e sorrir toda vez que está triste, ela cresce de vez em quando sempre tentando não sonhar tanto, manter a realidade e sua ideia em pé; tudo acaba, tudo morre, não há motivo pelo qual vivemos. O fato dela esquecer tão facilmente de como é ter um sorriso roubado - o único perfeito - de quem mais gostamos de passar o tempo, a faz familiarizar-se com a solidão, acreditando que não há ninguém no mundo inteiro que vá a conhecer um dia como ela se conhece, pois nem mesmo ela tem pleno conhecimento sobre si. E se ela for insegura, incerta, viver em cima do muro, só o que a faz tranquilizar-se é o fato de que existe UMA pessoa que tem o direito de reclamar e interferir no seu processo de mudanças e auto-conhecimento: apenas ela mesma. Quem sabe o básico a partir da convivência sobre seu modo de agir, afirma com clareza que não há julgamento feito que seja considerado pois se tem algo que ela odeia é que a julguem sem conhecê-la. Tem vontade de acreditar em todo tipo de sonho, mesmo que fosse cair de muito alto mais tarde, não se importaria, contanto que pudesse sobrevoar todas as águas existentes no mundo, encontrar diversos cantos secretos no meio de cada fantasia, e não esquecesse da sensação que ao menos assemelha-se a paz; não necessariamente ela.
Nascida a não tanto tempo, tem uma vida com pouquissimas mágoas e está certa - ou prefere acreditar - de que ainda não pode ter certeza de absolutamente nada do mundo. Mas tem medo de mudar, cair na tentação de ideias duras e fatais, por ser realista e de tanto ser assim acostumar-se com o pessimismo. Sabe o que quer fazer mas não é algo de se orgulhar (porém também não de se decepcionar); não há aquele objetivo que vá requerir a persistência que tantos afirmam ter de passar para realizar seus sonhos. As dúvidas levam-se pela carona em seus sapatos, ela não sabe se prefere o gelo pelo prazer frio e racional ou o fogo, pela insanidade e o coração batendo com uma constante aceleração. E como, como deseja aprender alguns truques e segredos sobre manipulação emocional.
Incapaz de se alimentar de um sentimento bom por muito tempo, alguém sempre chega tomando esse espaço que deveria ser seu, sugando sua tão idealizada felicidade. Mas ela não age como deveria (talvez) pois não enxerga erros, prefere inibir decepções, achar que está tudo bem toda vez que alguma palavra mal-dita belisca seu coração levemente. Se acha forte e esperta por muitas vezes mas basta olhar pra vida e pros olhos daquela com quem divide uma casa e percebe que não vai ser fácil. É de uma ingenuidade extrema mas complexa, não se diz, não se explica, não se destaca interiormente. Seria estranho dizer que ela chora? Espera, é só uma suposição, afinal, que motivos tão fortes ela teria pra isso? E seria dificil acreditar que ela mente de vez em quando? Bom, mas isso é verdade, eu posso dizer. Só que as vezes ninguém sabe. Não é maldade, é preocupação. Quem aqui não mente? Mas não use isso como refúgio quando a mentira é capaz de mudar alguma vida.
Pudesse ela não ter limites, não ter vergonha, não ter comprometimento com ninguém, ter seu pensamento fixado na sua felicidade e se comportar do modo como realmente ela sente ser, mas tudo tem de ser aprovado e bla bla blá. Soubesse ela quem pode a fazer feliz durante uma vida inteira sem se cansar, com quem deve contar, pra quem vale a pena se entregar. Quisesse ela se acostumar com as ruas do jeito que são, largar de mão a irresponsabilidade, amar o compromisso. Tivesse ela uma ótima memória, uma concentração admirável e dom de dominar suas emoções ( e isso existe?). Vivesse ela por tudo que não pudesse matá-la e morresse por tudo que a fizesse viver. Mas como queria morrer de amores por sí mesma sem ter prometido nada a ninguém, sem nunca saber o que é morrer de dor. Mas ela hoje, tão cedo, já entende, no mínimo o começo da vida de quem vive morrendo de dor.

Rafaela Schmitt

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Acender a luz.

Não faço idéia de por onde recomeçar, ou como sair do escuro esse que por vezes me traz um medo e uma ansiedade, me deixa angustiada e com uma sensação de autoinutilidade, "quem afinal precisa de alguém assim?" Estive segurando esse crescente peso até o ponto em que consegui mas chega uma hora ou outra que se transforma em um tipo de bomba que age somente dentro da gente, não existe como deter ou impedir a explosão de sentimentos que acontece. Não é querer perder o que eu tenho ao meu alcance, não é sofrer por nada, não é bobagem, é uma dor que consome por inteiro. E pode ser que a qualquer momento isso venha a tona mesmo quando eu não estiver sozinha e isso eu não quero, por que quem tá aqui não entende. E quem entende não está aqui. É totalmente clichê o que eu vou dizer, mas a verdade é que eu sinto uma constante vontade de fugir daqui e ir pra um lugar onde ninguém me conheça, esquecer de toda a minha vida e sentir alguma coisa nova que não seja essa confusão que vive presente na minha cabeça. Tantas vezes eu quis sumir mas no final acabo sempre me esforçando pra lembrar que isso nunca vale a pena, e que é um pensamento extremamente egoísta por que sim, eu tenho uma vida, e tenho pessoas nela. Ou são somente as pessoas que tem à mim? O que faz eu me sentir uma má pessoa é que eu sempre esqueço que tudo que eu tenho devia me fazer feliz, ao contrário de todo esse caos. É quando a paciência acaba, quando eu canso de ser forte, quando eu não vejo sentido nenhum em continuar sorrindo pra todos como se eu fosse a pessoa mais feliz do mundo. A verdade é que meu humor não tem graça, muda do nada e me faz confudir cada vez mais. Talvez seja a solidão que me segue indiretamente. E nada do que falam vai mudar essa visão, e não adianta tentar por que eu já percebi que piora. Se alguém vai agir esse alguém sou eu por que uma hora isso tem de mudar, e o medo do escuro vai passar, eu tenho certeza. Isso aqui pode ser grande e obscuro, só que não é me acostumando que eu quero que o medo passe, e sim encontrando finalmente o lugar onde acender a luz. E eu quero fazer tudo isso sozinha, por que não há culpa a ser colocada em algo ou alguém, eu estou aqui pra persistir até a dor morrer, e ela é de minha total responsabilidade. Concentra, concentra. Nunca fui de querer dar trabalho, imagina tanto assim? Obrigada, mas a sua ajuda não vai me ajudar em nada.


Faz de conta que eu tirei de algum lugar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Don't wanna laugh, hurt my feelings.
But that's the path, I believe in.


Better in time, Leona ,Lewis.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Depois de tudo o que eu já quis e que na verdade não tinha importância, eu me satisfaço hoje com qualquer coisa que me deixe com a sensação de que não me falta nada. Mas, não consigo sentir assim... e isso já faz um tempo.

Rafaela Schmitt

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

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Believe me, no one knows.
Sometimes I can't hold on
And no one can help me.




Angels with dirty faces , Sum 41.

domingo, 28 de novembro de 2010

Vamos juntos.

Vamos tornar as coisas ao nosso redor menos chatas, o mundo menos importante, as pessoas mais esquecidas.. vamos sorrir por nós mesmos. Vamos dizer que está tudo bem por que sabemos que temos um ao outro. E vamos lembrar disso quando quisermos abraçar ou falar sem parar. Vamos nos ocupar criando histórias que vêm de detalhes, vamos não ligar pro lado de fora, e estarmos juntos, com nossas mãos ao alcance uma da outra. E quando preciso, que nós saibamos falar sério e levar a sério seja o que for. Que nós aprendamos juntos sobre o que não conhecíamos, possamos descobrir mais, querer mais, viver mais. Vamos deixar o tempo vir nos encontrar, nos aprontar surpresas talvez, nos levar ao imprevisível. Vamos assim deixar que o gostar se intensifique, e o que eu quero seja o que nós queremos. E as diferenças não tragam desgostos, imagens sejam quebradas e que venham a tona o que está oculto, se tivermos faces escondidas, e nunca nos decepcionemos por isso. Inevitável até pode ser, mas não nos precipitemos, por que algum sentimento vai ficar. Sabemos muito bem o que fazemos então que isso seja apenas vantajoso. Que mentiras nunca, nunca existam. Esse é o início... o primeiro e maior passo. Entre um e outro, vamos andando, e andando, e andando... sem pensar.

Rafaela Schmitt

segunda-feira, 22 de novembro de 2010


E mesmo que algum dia meus olhos deixem escapar algo, no máximo deixarei subentendido. No máximo. E isso não garante nada.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010


Estão todos ali. Mesmo perto, não adianta me oferecerem opções e idéias, estão longe e não sabem de nada. Mais longe do que eu mesma estou. Parece que tudo em mim se esconde, eu queria explicar, mas com palavras? Impossível. Nenhuma é cabível, o que me deixa com uma sensação de estar esgotada. Eu tenho abraços de sobra, beijos, sorrisos, carinho, olhares... Só que isso não tem me ajudado a me encontrar. Assim como me sinto nesse momento: Como se eu não tivesse ninguém. E não é que eu não tenha, já que não me falta uma boa amizade, mas é que eu não sei como dizer, e ninguém parece me entender sem palavras. Não basta olhares e gestos? É, não.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu sonho

Sonho com o amanhã, com o daqui a pouco, sonho pela chuva lá fora, sonho pelos pássaros voando, sonho comigo, com eles, com elas, com o mundo. Sonho com o ontem, com alguns meses atrás, sonho com os anos da minha vida. Sonho com o que eu sou, com oque eu deveria ser, o que gostariam que eu fosse, quem eu gostaria de ser. Sonho absurdamente, com um mundo onde a igualdade e o amor predominassem, sonho em ter pra onde correr, aonde viver, por quem sorrir. Sonho em habitar um planeta onde a natureza é valorizada, nunca esquecida, onde a consciência está presente na cabeça de cada um. Nem eu sabia que sonhava tanto. Queria que não fosse bem assim, tudo tão deixado de lado.

Rafaela Schmitt

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Em vão.

Tão meio-termo, mudando de direção a cada troca de minuto, poderia vir a estar de forma ou outra atrasado, cancelado, tanto faz, isso já não está aqui, impossível viver em mim querendo fugir, pra que eu prenderia tudo isso? Nunca encontrarão respostas nessas linhas preenchidas, nas mais espontaneas combinações de palavras que consigo fazer. Vou estar diante dos olhos de qualquer um que puder ver e ler, mas caio nesse buraco sem receio pois sei que serão consideradas apenas palavras sem sentido quando na verdade meus dedos transferem todo o sentimento e a emoção pra isso aqui, é assim que ficam as coisas. É assim que tudo continua o mesmo. É assim que encaro de frente o que vão dizer de mim, e é por isso que não ligo pra opiniões; elas normalmente não são baseadas no que eu sou, só no que pareço ser. Se estiver tentando se achar no meio de mim, talvez esteja por aí, em algum lugar dentro do papel. Em algum lugar dentro de mim. Em algum lugar onde você não queria estar.

Rafaela Schmitt.

sábado, 23 de outubro de 2010

Meu anjo desamparado.


Fechei meus olhos com intenção de dormir e lá estava ele, subindo degraus de uma escada que eu desconhecia, em passos lentos, apoiando-se na parede ao seu lado, demonstrando desamparo. Não sei o que se encontrava no final da escada. Se bem me lembro, tudo estava azul. Vi que possuia asas, na hora não pensei, mas me pergunto agora, por que não voou simplesmente? Tão fácil. O que acontecia eu nem imaginava. Ele era um anjo. Anjos existem? Ele não fez o melhor vindo até aqui pra me por duvidas. Eu posso estar enganada, ou então ele estava ali atrás de minhas lágrimas, ele realmente existe. Nunca pedi sua ajuda, nunca chamei por seu nome, nunca chorei esperando que viesse. Não foi um sonho. Não foi mesmo um sonho. Ele é o meu anjo. E não fez nada além de subir escadas com uma expressão tão triste que chegou me angustiar. Parecia sentir o que eu sentia. Será que nossos anjos tomam nossas dores? Será que andam por aí recolhendo lágrimas derramadas, desatando os nós da garganta, cortando aqueles "fios" desnecessários do nosso coração...? É só uma teoria. O que pensar sobre anjos depois disso? Quando ele vem e leva de ti o que te intrigava tanto? Eu sei lá. Mas eu sei lá mesmo!

Rafaela Schmitt

No seu espelho;

Tá vendo aquele espelho ali à centimetros de ti? Então, chegue mais perto dele e encare-o. O que é que você vê? Um rosto, um corpo... e o que mais? O que enxerga dentro desse olhar que não se desvia de você? Consegue ver algo além do que está na sua frente? É certo que a aparência seja a única coisa visível diante dos teus olhos? Ou você acha que deveríamos ver o que somos por dentro, de verdade? Mas aí será que alguém se interessaria em mudar o que não é positivo a seu respeito? Enfim... que seja. Olhe mais uma vez para o espelho... feche os olhos por um momento, depois os abra novamente... então, você sabe dizer, quem é esse que vê? Se depois dessa pequena tentativa de reflexão a resposta for não... bom, então estamos na mesma.

Rafaela Schmitt

terça-feira, 19 de outubro de 2010

...grande coisa



Se eu faço rir, queria me importar mais do que me importo, o que não é grande coisa. Tenha então de mim uma imagem que eu criei e outros vendem, o que também não é grande coisa. Mas se eu tivesse a capacidade de expressar em palavras toda essa confusão, não sei de que maneira usaria isso. Nem com que imagem eu ficaria. E acredito que, também não seria grande coisa. Eu, com certa relutância, tento descobrir... mas enfim, ninguém direcionaria sua atenção à mim quando eu finalmente encontrasse uma resposta real, então foda-se o que vão achar do que eu acho que não sou.

Rafaela Schmitt

Planetas, espelhos, luzes coloridas e árvores gigantes.

Sabe quando nada parece dar certo sendo que tudo ainda é o mesmo? Talvez as temperaturas estejam elevadas dentro de mim, em cada canto possível, e isso me agride com crueldade, me deixa louca de vontade de me arrancar de mim. Que esse pensamento soe maluco e depressivo, que me achem fraca, tanto faz, as pessoas não me importam, tanto é que fazem até um papel dispensável e inclusive chato no meu dia-a-dia. Se eu pudesse optar por ver só quem realmente me vale a pena seria a melhor coisa do mundo ontem, hoje, e amanhã quem sabe. Mas eu não posso, então tenho que suportar a loucura e a angustia de estar em meio a tantas pessoas e não querer a companhia de quase nenhuma delas, ainda ser obrigada a estar ali, sendo que tudo, tudo que eu desejava era sair correndo, ser invisivel, por pelo menos alguns insignificantes minutos. Não vejo por que palavras precisam ter a importancia que têm e os detalhes minusculos terem de ser tão fortes que chegam a causar medo, tendem a se expandir pra todos os lados vagos. Além disso, esses detalhes tornam a vida demasiadamente cansativa. Não quero que fique entendido até por que eu sei que isso é completamente impossível, só queria que aparecesse algum sinal de que as coisas estarão certas e que isso não será em vão, ou então que desaparecesse tudo, e quando eu durmisse meus sonhos não trouxessem fantasias baseadas na realidade.. eu acharia fantástico sonhar com planetas, espelhos, luzes coloridas e árvores gigantes. É tão difícil? O pior na verdade, não é nada disso, é saber que o que eu mais quis/quero está virando algo comum durante esses dias, não tira mais de mim sorrisos aqueles que valem por milhares. Justo quando eu mais preciso deles.

Rafaela Schmitt

Uma manhã com gosto de nada;

Minha manhã foi tão longa... eu não sei, mas passou rápido demais. Vejo o quanto é estranho, e foi tão sem graça sorrir hoje, tirando as pouquíssimas pessoas que conseguiram me fazer rir ou sorrir de verdade, o resto foi tudo tão chato, tão quieto, tão preso. Tanta falta eu senti hoje, de tudo. Eu sei que eu preciso, mas do que? Poucos segundos me fizeram ver o quão perdida eu ando me sentindo, mas cada dia é diferente... o que, como fazer? Olhei praquele rosto sério ali perto de mim, e senti "falta" de vê-lo sorrir. Mas como pode, se nunca o vi? Se nem o conheço? Tive uma inexplicável vontade de que tudo ao meu redor sumisse, ou parasse, que todo o meu passado se apagasse, tive vontade de nascer de novo, aprender tudo de novo, viver tudo de novo, não queria sentir tais sensações, juro que não, só que eu não consigo evitar, não está no meu controle. Ando cansada e perdida e sozinha, eu ando sozinha, comigo e mais ninguém, que droga, que merda, nem o meu melhor sonho quase realizado conseguiu me deixar tranquila nessa manhã, tão bonita, tão cheia de luz, e tão vazia, pobre. Mas teve UM abraço que me fez acordar, aquele abraço amigo, irmão, seguido de um 'eu te amo, muito' e eu agradeci tanto por ter por quem viver, por saber oque é ter um amigo, eu não estou sozinha, mesmo se for longe, eu sei que tenho a quem recorrer. É muito bom viver um momento assim quando isso é tudo de que a gente precisa e ninguém, ninguém sabe. Mas as vezes eu me esqueço e não dá pra disfarçar o desanimo que eu ando, a vontade que eu tenho de ir pra outro mundo, de fugir. FUGIR É TUDO QUE EU QUERO, tudo que eu ando querendo. Mas pode ser que eu só precise de um abraço que não termine.

Rafaela Schmitt

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

O espalha-sorrisos



Ela falava com suas amigas sobre aquele garoto do sorriso encantador, tão timidamente, ela amava sorrisos, e o dele a fez ver tudo diferente, brilhando. Ele não a via, ela se escondia, pois sabia que na presença dele, sua pele mudava de cor, ele a fazia perder seus sentidos. E nunca, nunca ninguém tinha feito ela sentir daquela forma. Com seus amigos ele vivia rindo, ela não sabia dizer o motivo de suas risadas, mas sabia que elas eram o seu motivo pra sorrir. Durante a noite, quando se encontrava pensando nele, conversava consigo mesma, deixava o estoque de lágrimas se esvaziar para que tivesse seus sonhos livres, quando fechasse seus olhos. Foi numa quinta-feira, ela estava olhando pra baixo, caminhando pelo corredor da escola, pensando no sonho que teve com o seu príncipe encantado, quando pela primeira vez, ela pôde sentir o toque daquela mão quente, no seu braço. Foi rápido, nada sensível, foi normal. Ela estremeceu ao ver aquele que habitava seus sonhos, ali, tão perto, olhando pro seu rosto. Ele não sorria, o que foi uma pena. Apontou pro chaveiro da mochila da garota, que estava no chão, havia caído. Ela não agradeceu pelo aviso e ele foi embora. Se sentiu horrível por não ter dito nada, e isso se prolongou por mais umas duas semanas. O garoto, o espalha-sorrisos, sentiu sua cabeça pesar, seu chão se rachar, quando leu aquela carta que encontrou no meio do seu livro de história. Era ela. Mas ele não sabia. Pela primeira vez na sua vida, se sentiu mal, por fazer alguém sofrer. Justo ele, que sempre tinha a quem escolher, que só correspondia aos beijos, as provocaçãos, e nunca a um abraço, um carinho, uma palavra de afeto, um sentimento. Ela o olhava de longe. Percebeu que ele não teve reação, ficou olhando pra carta por um longo tempo, até vir de volta pro mundo onde seus pés estavam grudados. Guardou a carta no bolso, sorriu, e se foi. Nesse dia, ela desenhou aquele sorriso, escreveu mais duas cartas, versos e poesias, pintou suas unhas da cor dos olhos dele, e decidiu que usaria uma roupa diferente, algo mais parecido com ele, que era tão bonito, e de certa forma, tão incompatível com ela, aparentemente. Nessa noite, ela não chorou. Quase não dormiu, pois não conseguia tirar aquele sorriso da cabeça. Não parava de pensar que ele fora pra ela. Indiretamente, mas fora. Chegou à escola mais cedo no dia seguinte. Sorrindo para todos seus conhecidos, segurando o chaveiro da sua mochila na mão. Já sabia o que fazer. Ela não era a mesma de um dia atrás. Mas ninguém consegue mudar tão radicalmente da noite pro dia, isso todos sabem. Subiu as escadas, e lá estava ele, conversando com uma de suas várias amigas. E sorrindo. Que garoto que gostava de sorrir! Ela seguiu seus passos em sua direção, ainda longe, e viu outro amigo dele se aproximar. Ela não gostava do jeito daquele garoto. Mas, o espalha-sorrisos foi logo dando aquele aperto de mão, sorrindo. Trocou algumas palavras com ele depois que a outra garota foi embora, e levou uma mão até seu bolso esquerdo. Nesse momento foi que seu coração se acelerou ainda mais, estava desesperado, e não sabia o que esperar. Parou de caminhar. Olhou fixamente. Tudo que conseguiu ver foi sua carta, escrita com tanta dor, tanto sentimento, nas mãos do garoto que andava sempre com seu ar superior. Ele riu. E o espalha-sorrisos, também. Como sempre. Sempre rindo, sempre sorrindo. Sempre reprimindo alguém que queria ser. Ele fugia de si, e não sabia. Ela chorou. Correu. Prometeu que não se entregaria à nenhum outro sentimento semelhante a aquele nunca mais. Tudo passou a ser falso pra ela, depois daquele dia. Só que ela não sabe de uma coisa: aquele sorriso torto, aquele olhar vago do espalha-sorrisos depois que leu sua carta, bom, todo aquele momento fora sincero. Pra ele. Que ainda guarda um pedaço de papel em uma gaveta qualquer. Aquele pedaço de papel. E ninguém sabe. E essa foi a história da primeira decepção na vida daquela garota, que a partir daí, viveu por muito tempo temendo, evitando e desprezando grandes sorrisos. O que foi uma pena.

Rafaela Schmitt

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Segredos que ficam no travesseiro.

Deitada ali numa cama qualquer, com quaisquer lençóis, e um só travesseiro, pensamentos não são iguais, eu ando até o final do seu mundo, do nosso mundo, e tão surpreendentemente eu me encontro ali, perdida naquela maldição, aquilo tudo que me persegue, não sai mais daqui de perto de mim, mas e quem disse, que tudo isso não passa de vontades bestas? Ninguém disse, ninguém sabe e se eu soubesse, não diria, não espalharia por aí, não dividiria todo esse peso com ninguém, nem com os habitantes daquela dimensão, que na verdade são uns 4 ou 5. Eu fugiria facilmente daqui, pra correr atrás do meu doce predileto e estragado, daquilo que nem conheci muito bem, mas me prendeu, é, me prendeu pois me encantou, me deixou sem voz, sem expressão, me deixou assim, vazia, no meio da rua, no meio do nada, procurando por mim, bucando nos outros, estranhos, qualquer coisa que me fizesse sentir. Sentir. Só sentir. Eu sinto, infelizmente eu sinto, mas voltei com a mesma história, as mesmas linhas já escritas, não sei talvez tenha sido só um ensaio, talvez eu devesse improvisar, passar a borracha naquela história que nem preencheu uma folha, nem em 25 linhas coube. Nem fim não dizia lá embaixo. Essa incerteza é que me deixa cada vez mais certa de que essa explosão de sei lá o que, que todo dia me aquece, me queima, me incendeia, só acaba comigo. Só me faz outra vez voltar pra essa cama aqui atrás de mim, e, como acontece em todas as madrugadas que vêm com sons estranhos, nessa madrugada, eu vou deixar mais um pouco do que tem me alimentado ali, no meu travesseiro. Ah, só ele. Só ele é que sabe do meu inconsciente, só ele acomoda meu cérebro, minha imaginação, só ele viaja comigo no tempo. E o resto, com todo o respeito, que vá a merda, se quiserem sair daqui, ir embora, tanto faz, é, acho que um quarto vazio - sem nada além do meu refúgio - seria até mais cheio de encanto, mais cheio de graça, com mais vida, já que pra mim, a vida tem sido assim mesmo, meio sem nada, quem sabe ia até combinar comigo, quem sabe.

Rafaela Schmitt

domingo, 10 de outubro de 2010

Virar poeira...

Chegue bem perto de mim. Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. Ou não diga nada, mas chegue mais perto. Não seja idiota, não deixe isso se perder, virar poeira, virar nada.

Caio F. Abreu

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

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Eu quase caí, quase não pude ficar em pé, quase deixei que aquilo lá que nem ocupava tanto espaço, me fizesse perder o equilibrio. Mas era tudo tão errado, tão injusto, que até o que era pequeno se tornou enorme.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sem mistério o que eu seria?

A resposta era sempre a mesma. Um indeciso e duvidoso não. E naquelas conversas silenciosas e solitárias, o que eu sabia era que eu não sabia de quase nada. Nem o necessário eu sabia. Também não fazia questão de acreditar em nenhuma possivel verdade. Não via diferença alguma em falar ou não falar, demonstrar ou não demonstrar, não mudaria coisa alguma pra mim. Caso fizesse pra outros, quem acha que eu me importava? Também nunca fez a mínima diferença! Os outros que cuidassem das suas percepções. Quem vê graça em passar tanto tempo - perdido - explicando tudo o que a gente é e quer? Tudo que a gente sente? Quem gosta de ter a vida como um livro aberto, onde todos procuram qualquer coisa pra levar o tédio embora, onde não há segredos...? E quanto a mim, alguém pensa que eu gostaria de ser um livro aberto? Mas isso não é pra mim. Nunca foi. Nunca vai ser. Portanto, não tente me compreender tão facil assim, minhas palavras podem ser nada, o meu silêncio também, assim como podem ser tudo, é que as vezes nem eu mesmo sei. Não me peça explicação, por favor. Eu nunca vou permitir que entrem na minha mente. E se por um acaso um dia isso vir a acontecer, ah, eu não sei oque predominará: o medo e a necessidade de me afastar, ou a curiosidade que me fará ir muito além.

Rafaela Schmitt

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Rotina da vida?

Já me sinto cansada só de ficar supondo e imaginando. Tenho preguiça quando penso que tenho tanta coisa ainda pra viver, sabe? Conhecer pessoas, considerá-las especiais, me decepcionar com elas e esquecê-las. Me apaixonar bastante e toda vez achar que finalmente encontrei alguém pra estar sempre aqui. Mas no fim, acabar sozinha. É chato pensar que eu tenho muito ainda pra chorar, rir, sofrer, errar; Poxa, isso tudo que não aconteceu ainda, me cansa demais. Tento até me convencer de que é só um ponto de vista, e que na verdade, não vai valer de nada quando eu tiver vivido e aprendido. É, eu tento...

Rafaela Schmitt

Pra sempre

Pra que pra sempre? Por que não desconfiar do futuro? É tão mais legal e excitante estar preso no agora, do que no futuro, ou no passado. Não é mesmo? O pra sempre só tem graça quando acontece lá no final. Ou então não tem graça nenhuma. Vai saber.

domingo, 26 de setembro de 2010



Nos meus sonhos eu te quero, eu te encontro, eu te abraço.
Nos meus sonhos tu me grita, com teu olhar eu me satisfaço.
Teu sorriso me faz ganhar o mundo te amando, esperando.
Brilha mais do que o sol e me faz também sorrir chorando.
Lagrimas de alguem que nunca viu, nunca ouviu, mas sabe que existe.
E continuo te esperando, te buscando e me lembrando, não ficar triste.
Quanto tempo mais seguindo estrelas, querendo um toque, um suspiro.
Tu é maior do que meu amor, eu te levo onde eu for, eu deliro e te admiro.
<3

O abraço que mais precisei; foi o abraço que neguei.


- Eu só precisava saber por que tu sempre faz isso comigo.

- Bem que eu queria poder te explicar.

- Tu pode. Tu é a única pessoa que pode me fazer entender.

- Eu não consigo... eu não sou bom o bastante pra ti, acredita nisso. Tu é demais pra mim.

- Não é verdade. Que pensamento mais idiota!

- Sim, é. Queria tanto te abraçar...

- Me abraça.


Ela me olhou, implorando um único abraço que lhe acolhesse. Seus olhos brilhavam, suas pálpebras tremiam. Eu podia ver que só por mim ela esperava. Seus braços pareciam querer levantar, me chamando. Por mais que houvesse silêncio, eu escutava sua voz delicada pedindo ansiosamente que eu chegasse mais perto, tocasse seu rosto, a abraçasse. Mas eu não o fiz.


- Eu juro que um dia eu volto pra ti. Eu vou voltar. Eu juro. Mas te peço do fundo do meu coração que tu não deixes de viver. Não por mim.

- Eu te am...


Mas não ouvi mais nada. Eu não queria mais palavras. Não queria mais lembranças. Mais passado. Não precisava de mais dor, assim como eu não precisava mais lembrar de como ela sofreria por minha causa. Mas um dia ela vai saber. Eu não pude estar com ela durante esses anos. Mas ninguém em todo universo faz idéia do quanto eu me sinti vazio em todos os segundos da minha vida, desde que eu recusei abraçá-la naquela tarde nublada, naquela esquina movimentada... ninguém pode ousar duvidar do quanto doeu olhar pr'aquele rosto que tantas vezes eu havia sonhado antes de conhecê-la, sabendo que seria a última vez. E foi por ela. Foi por ela que eu fui embora. Foi por ela que eu busquei o melhor pra mim. Foi só por ela que eu passei anos da minha vida buscando uma cura pra esse vício que tanto tentou me matar. Ela me devolveu a vida. Talvez eu tenha sido egoísta em não ter lhe contado. Mas eu tive tanta vergonha. Ela era tão enorme perto de mim. Hoje eu me orgulho, e estou indo a sua procura, correndo, preciso ouvir sua voz e dar aquele abraço que eu neguei e nunca esqueci, preciso dizer que a amo, me explicar, pedir perdão, soltar todas essas lagrimas de saudade, mostrar que ela foi e ainda é, exatamente, aquela pessoa com quem eu sonhei a vida inteira.

Vale a pena...



sentir saudade e se permitir lembrar? Não vai me confundir nem me enfraquecer?

Saudade a gente tem é dos pedaços de nós que ficam pelo caminho. - Martha Medeiros.

sábado, 25 de setembro de 2010

Chuva.



A chuva lava ruas, as águas passam por lugares onde milhares de pessoas estiveram, onde sonhos foram concretizados ou destruidos, pessoas choraram, fizeram história, viveram o melhor momento de suas vidas. E será que você estava lá? Em quantas fotos você já esteve presente sem saber? Quantos momentos de diversas vidas você já participou e nem percebeu? Quantas vezes será, que você fez uma palhaçada na rua, e mais tarde pessoas que nem te conhecem falaram de você quando chegaram em casa? Bem ou mal mas falaram. Pode ter certeza que sim, você pode achar que é a pessoa mais insignificante do mundo mas definitivamente não é. É alguém que ninguém nunca vai conseguir ser. É uma vida que mesmo muitas vezes não sabendo, passa a fazer parte de outras vidas, e você vai ser lembrado, de alguma forma ou outra, com certeza vai. E a chuva, por assim dizer, se conecta com você.

Rafaela Schmitt - 14/setembro.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Que seja assim.



Sabe quando a gente diz "Foda-se!"? É isso que eu aprendi a fazer.
E foi hoje. Quando eu notei o meu "progresso", percebi um – talvez pequeno – certo tipo de superação. Aquilo chegou a me atentar, porém, passaram tão poucos minutos; ou até segundos, e já nem lembrava.
Totalmente momentâneo.
E daí eu estava sorrindo. E nem tive que forçar, nem fingir, não.
Eu não vou ter que me convencer de coisas improváveis, agora eu vejo o que é fato com clareza e prefiro assim; a vontade de fantasiar tais coisas não me procura mais, não existe.
Tanto faz, é verdade. Isso se chama indiferença e eu to começando a gostar da sensação que ela traz.

Rafaela Schmitt

sábado, 18 de setembro de 2010

Infância


Você escutava: "não, não pode mexer aí." Não entendia o motivo de não te deixarem brincar com aquele paliteiro em forma de pássaro preto-e-branco. E tentava, mesmo assim, por que justamente pelo fato de ter todos falando que não, ele te chamava mais ainda a atenção. O modo como os palitos encaixavam no seu bico era definitivamente interessante. E cada toque cedido rendia muitas risadas seguidas de palavras repetitivas: "outra vez, vai, por favor! " Não, não podia, por que ia estragar. Lembro deste paliteiro que parecia mesmo mágico, mas é apenas UM dos objetos mágicos da minha infância. E sabe de uma coisa, ninguém deveria esquecer desses objetos não importa quanto tempo passe, mas as pessoas esquecem. E proibem suas crianças. Eu acho que por isso que eu gosto de ver a animação delas quando brincam com as minhas canetas coloridas, ou até mesmo aquele paliteiro-pássaro que tem ali. Afinal, o que é mais bonito de se ver? O tal paliteiro ali congelado, ou uma criança com o rosto repleto de encanto?

Rafaela Schmitt

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Amor injusto, amor perdido.


- Eu amo você.
- Me diga, você lembra do sabor do nosso beijo?
- Eu... ah, já passou tanto tempo.
- O que eu tenho que você não encontrou nelas?
- Ora, você... você é tudo. Tudo de que preciso.
- Mas e depois?
- Depois oque?
- Quando você não precisar mais. O que vai fazer?
- Eu te amo. Sinto muito por não ter descoberto antes. E o que vem depois vai ser só mais amor, mais necessidade de ti. Te querer cada vez mais. Vai, confia em mim.
- Só confio nas coisas que eu aprendi. Desculpa. Eu nunca deixei de ter vontade de você, até... até agora. Você estragou o que eu sentia e concertou o que me perturbava desde o dia em que você se foi. Muito obrigada.
- E agora?
- Me dê um beijo. Só pra me certificar de que quero realmente sair daqui.
- É assim que você pretende fazer? Aumentar mais ainda minha dor? Acabar com toda a esperança que ainda me restou?
- Se você ao menos lebrasse do meu beijo, poderia alimentar-se dele em pensamento, a partir de hoje. Por que eu, simplesmente, não quero mais. Nunca mais.
E depois de olhar para seu lindo rosto que expressava total liberdade, uma lágrima escorreu pela sua face, e ao tocar sua boca, sentiu o gosto de um amor perdido. Reviveu o último beijo daquela garota na sua vida. Junto desta lágrima, vieram inúmeras outras. Ele a viu ir embora, e mil perguntas passaram a ocupar sua cabeça diariamente. Até o último dia da sua vida. Ele a ama. Mas amou tarde. Ela ainda lembra dele pelo menos uma vez ao dia. Ela o ama. Mas amou demais.

Rafaela Schmitt

~


(...)Essa força, essa vontade de ser feliz estava aqui dentro o tempo todo, esperando que eu a encontrasse. E é assim pra todo mundo... sempre vai haver uma 'Luz', basta você procurá-la. Mas não esqueça que essa força está dentro de você.

*18.08.2009*

Algum sinal



Estava tudo em perfeita ordem, as coisas estavam acontecendo como eu sempre sonhei, mas nada é pra sempre. Quando parecia que nada podia estragar tudo aquilo que eu estava vivendo, vem a vida e larga uma bomba na minha frente. Eu poderia aguentar oque fosse, menos aquilo. Foi como se minha alma estivesse explodido com a bomba naquele momento, e só restasse meu corpo... sem vida. [...] Porquê? As perguntas não param de ecoar na minha cabeça, e eu sei que elas nunca terão respostas. Fico cada vez mais fraca, e talvez isso não passe. Até meu corpo cansar de sobreviver. [...] e talvez em um mundo de imortalidade, tranquilidade, um mundo diferente e irreal, talvez aí eu possa ser realmente feliz, sem me preocupar em cair mais um tombo novamente. [...]

*02.08.2009*

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Consequencia dos sonhos; a dor



Só me diga uma coisa. Quanto mais vou ter que esperar até tocar seu rosto e sentir seu cheiro? Qualquer coisa eu faria pra que um novo rumo chamado "pra sempre" aparecesse como mágica agora na nossa frente, pra que nunca pudessemos dizer um adeus. Eu perderia o que eu tenho, deixaria pra trás as minhas riquezas, por uma chance de um destino ao teu lado. Nunca me arrependeria pelo que eu não fiz, eu diria que busquei conciente dos riscos, das dores, busquei você e não foi nenhum pouco fácil. Mas no final, eu teria sua companhia, tudo de você ao meu alcance e não havaria dor impossível de se curar com seu sorriso, o que mais me causava feridas ao perceber que nunca foi meu. Mas seria então. Desperta-se uma intensa e feroz curiosidade, em forma de saudade de coisas que não vivi, histórias impossíveis inventadas por uma mente que só precisa uma vez te ouvir e te sentir. Poderia ser capaz de loucuras por um suspiro delicado saindo da sua boca e sua respiração colidindo-se com meu rosto expondo o seu aroma, a sua vida. Eu fugiria para qualquer canto de mentiras e fantasias contagiosas se fosse com você junto à mim. Passaria cinquenta anos sentada em um sofá lendo uma revista e tomando um café, se eu tivesse a certeza de que no final você bateria na minha porta dizendo que temos muito pra viver. Nem que esse muito fosse apenas algumas horas de palavras doces e lágrimas de satisfação ao cessar a infinita saudade. Se eu existisse pra você, se eu fizesse parte do seu mundo eu nunca cansaria de viver, em cada segundo da minha vida eu poderia enxergar o mundo inteiro sorrindo, admirar cada olhar brilhando com intensidade e encarar tudo que viesse como se fosse perfeito cada centimetro do planeta, cada erro despercebido da humanidade. Eu teria todos os motivos do mundo pra mudar o que eu pudesse pra melhor, escreveria um livro pra te mostrar o que eu não suporto mais esconder. Não aguento mais estar assim tão longe dos seus braços, já não me contento com fotos; eu preciso que você esteja dentro da minha realidade, preciso de só um toque, uma palavra, qualquer coisa que venha de você diretamente a mim. E esses momentos perdidos tentando te tirar das minhas incríveis e inventadas vidas fantasiosas, me fazem perceber que é dificil sonhar. Por que dói, realmente, dói. Eu fico sem saber se tudo não passa de uma inútil ilusão ou se eu ainda tenho capacidade. Eu te cuidaria como se nada mais importasse, e de fato, não importaria. É ironia amar assim dessa forma tão cruel e gigante alguém que eu não posso ter. Que nunca vai saber meu nome. Nunca vai ter uma história pra contar sobre mim. Alguém que faz meu corpo estremecer, que deixa minha pele arrepiada de ouvir sua voz meiga e cheia de emoção. Mas apesar de todos infinitos motivos para que eu não o ame, não há ninguém que possa arrancar tudo isso que eu sinto por que apenas eu consigo sentir. E se eu não controlo, quem poderia? Nem mesmo o meu amor. Dói ter você em sonho. Mas doeria mais ainda se eu não tivesse teu ser pra me levar a diante. Se eu não tivesse essa vontade insuportável de te abraçar, eu não seria tão capaz de aguentar essa distância, é, isso é confuso mas não peço que entendam. Minha inspiração mais verdadeira e natural, é só você. Hoje eu te amo mais do que qualquer outro dia, por que hoje eu estou com você, te protegendo de cada perigo que você enfrentar, sem você saber. Hoje eu percebi que nada pode abalar meu modo de te amar, estamos sob o mesmo céu, contamos estrelas e temos o universo pra gente. Eu vou pensar em você e criar mais mil mundos só da gente hoje à noite, quando eu deitar na minha cama e não conseguir dormir. Eu te contarei todos os detalhes no meu sonho, de tudo o que a gente vive e você não vê. Então me espere, por que temos um encontro marcado num daqueles impressionantes lugares invisíveis que fazem parte do nosso enorme mundo. É só você escolher entre o sol e a lua, o seu lugar preferido.

Rafaela Schmitt

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

16 Setembro 1992


É a terceira vez que faço isso. Três anos te acompanhando. Três anos te amando cada vez mais. Pouco tempo perto do que eu sinto quando ouço tua voz, vejo teu rosto, sonho contigo. Perdi tempo antes de saber quem você era. Mais uma vez eu estou aqui escrevendo pra ti coisas que tu nunca vai ler, eu faço isso sempre, mas não me importo, por que eu te encontro em qualquer canto dentro da minha cabeça á noite quando eu fecho meus olhos e eu sei que tu sabe o quão grande é o que eu guardo pra ti. Eu me sinto segura por ter sempre pra quem olhar, e se não tiver, meus pensamentos bastam. Você. Cada dia que passa é especial, são mais 24 horas da minha vida esperando por ti, e faz-se especial pelo fato de que cada vez chega mais perto o dia em que não estarei um mundo longe de ti, eu poderei te ver, me perder em teu sorriso e teu olhar que tantas vezes já me fez chorar e sorrir, eu sonho mais que tudo em escutar a tua voz perto de mim, ouvir tua respiração, ter certeza de que tu é real, por que realmente me parece um sonho, já que só te encontro lá. Quando durmo. Mas ao mesmo tempo que a distância me tortura, é boa a sensação de saber que neste momento, você está em algum lugar do mesmo mundo que eu, fazendo qualquer coisa, respirando, se movendo, pensando, sentindo. Hoje, Nicholas, tu completa mais um ano de vida e eu tenho certeza que o ano que passou foi mais um desafio pra ti, mais uma conquista, muitas esperanças, e muito mais ensinamentos. Você aprende e entende mais a cada dia, você muda mas isso não muda nada pra mim. Sempre será o mesmo Nick que eu conheci, por mais que você passe por obstáculos dificeis que te façam mudar de opinião, ou qualquer outra coisa, eu não vou deixar que acabe pra mim. De modo algum. Eu não vou esquecer da forma como teu sorriso me desperta encanto, teu olhar me abre caminhos, uma esperança sem fim, tuas atitudes e palavras me fazem repensar minhas opiniões, e querer saber mais de ti. Eu nunca vou esquecer, eu juro, é uma das melhores coisas que me aconteceram, é o meu exemplo de força e vontade, é o que me faz querer amar, me mostra que vale a pena correr riscos e enfrentar medos. Parabéns, meu amor, pelo seu aniversário de 18 anos, eu acredito em você, nunca, jamais desista de você mesmo, não esqueça que oque você tem é algo muito mais do que especial, é um amor infinito, é maior do que qualquer coisa. Você tem a mim, e mais um mundo inteiro que só anseia pelo teu sorriso e tua voz. Você é tudo. Pra mim, você é tudo. Eu te amo, feliz aniversário.

sábado, 11 de setembro de 2010

,

Essa maneira de encarar as situações e os sentimentos as vezes me encomoda, atrapalha. Não sei quais palavras e expressões usar, eu nunca fui boa com esse tipo de coisa, agora então é que não devo tentar, por que a impressão automática é que o que vem após é o fracasso, e arrependimento. Acho que eu nasci para ironizar, é verdade. O que eu poderia falar, afinal? Que o fim sempre acontece? Que deveria optar por um caminho escuro e mais fácil, como o meu? Que parassem de sonhar e se iludir, colocassem de vez os pés no chão e se proibissem de voar se quer um centimetro do chão? Isso seria eu, e isso assustaria algumas pessoas. Eu poderia dizer que não desistam do amor, que isso é a coisa mais linda e especial do mundo, que a razão perde a razão diante do amor e que não deixe nada mais importar além dele. Isso seria certo? Não seria justo, iria contra mim e eu não posso enganar as pessoas. Seria patético tentar fingir ser esse alguém. Então o que, e como fazer? Eu me divido entre importantes e contraditórias opiniões, sou um pouco esquisita e confusa, e de repente consigo sentir como se eu não me autoconhecesse. Não sei se ajo certo, se deveria influenciar alguma atitude... não sei como ajudar... talvez, se valessem cartas, seria mais acessível pra mim, melhor e poderia fazer alguma diferença. Mas diante das pessoas que eu mais me importo, me sinto nada, quando percebo as capacidades que ainda não tenho. Me cansa pensar sobre o quão vou esperar e o que vou ter que vivenciar para aprender esse tipo de coisa. Mas e eu quero? Um abraço funciona perfeitamente, mas nem sempre.

Rafaela Schmitt

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Abra sua mente!


A verdade é que é tudo muito fácil pra gente. Dificil mesmo é o que acontece "lá fora"; pessoas passando fome e frio e morrendo por isso. Mortes que poderiam ser facilmente - pelo menos - diminuidas se alguém que tivesse mais poder se importasse. Dificil é não olhar pra quem a gente ama, pra beleza incomparável de um dia ensolarado. É sonhar em ser um jogador de futebol e saber que nunca vai acontecer, por que não pode andar. É não poder expressar suas opiniões ,pensamentos ou sentimentos abertamente, por não poder falar. Dificil é muito mais do que não ir naquela festa imperdível no fim de semana, é mais do que pagar aquele mico que toda a escola viu, é mais do que não ter dinheiro pra comprar aquela bolsa que está na vitrine da loja mais elegante da cidade, dificil não é levar um fora, não é gostar de alguém que não gosta da gente. Por que se fomos analisar, todas essas coisas se tornam quase nada tendo em vista os problemas do mundo; outras festas virão, momentos vergonhosos serão esquecidos, aquela bolsa logo estará fora de moda, e também trocaremos de amores. O tempo vai curar todas essas dores, e nada disso nos impede de sonhar, realizar e ser feliz, basta perceber isso. Já quem não enxerga,não fala,não anda e etc, sabe que só viverá de sonhos, e pra elas a vida é muito mais dificil, mas aprendem a conviver com todos esses problemas. Muitas delas são realmente mais felizes do que quem tem uma vida cheia de saúde, casa e comida... mas elas não tem o mais importante: o seu próprio amor. E não conseguem enxergar o quão grande é tudo o que elas tem. Não sabem valorizar.

Rafaela Schmitt

terça-feira, 7 de setembro de 2010

...

Eu estou aqui. Cabe a você decidir o que fará. Eu estou aqui, você vai se importar? Vai fazer alguma diferença? Cabe a você tentar mudar. Eu posso ser muito, posso ser pouco, posso ser nada, posso ser tudo. Vai depender da maneira que as coisas acontecerem. Vai depender do modo como os olhares seguirão meus passos, minhas mãos, meu ar. E do modo como meu nome vai soar. Se um suspiro passará despercebido ou não. Se eu vou ter a força das palavras ao meu favor. Vai ser real? Eu estou aqui. Esperando, tranquilamente, por uma troca de sorrisos e aquele silêncio que não encomoda ninguém. O que eu vou ser na vida de alguém, não depende só de mim, nem só desse alguém.

Rafaela Schmitt

sábado, 4 de setembro de 2010

The fake world.



Eu sabia que nunca estaria sozinha naquele momento em diante. Mas também sabia que tudo um dia acaba; que as pessoas mudam; e a realidade cada vez mais ocupando todo o espaço, arrancando a possibilidade de sonhos. Um abraço sem toque, palavras sem som, sorrisos ocultos, a única coisa que eu conseguia enxergar era a imensidão do que eu sentia. Mesmo sabendo que era tudo extremamente incerto, eu acreditava em toda aquela certeza; era o que me fazia segura da vida, que me fazia crer totalmente que a gente encontra quem realmente precisamos, uma hora ou outra, e que isso vai ser até o dia em que o mundo acabar, até o fim, até a morte. Me contenta saber que estamos todos no mesmo mundo, sob do mesmo céu, e sempre que o sol se expor, estará colocando luz na nossas vidas para que nos de forças e transmita nossos sentimentos uns para os outros.
Tinhamos noites viradas, festas imaginadas, muitas risadas intermináveis, um mundo falso onde tudo parecia real, conhecer sem precisar de aparência, isso nunca importava e era absolutamente tudo de que precisava, pessoas que pudessem me ver da maneira que eu queria, do jeito que eu não tinha medo, não quisesse fugir. Estavamos ali, brincando de ser felizes, perdendo tempo pra ganharmos a nós mesmos, tentando descobrir um do outro, cada vez mais e mais. Uma pessoa se torna inesquecível quando passamos a sentir sua falta, não por ditas palavras falsas. "Eu te amo" na maioria das vezes só demonstrava a confusão numa pessoa, que ela desconhecia o que era verdadeiro. Por um tempo, estavas ali, e eu estava, e mais uma vez, nem um tchau foi dito, jogando ao vento tudo o que pra mim tinha significado, fazendo evaporar toda aquela necessidade que eu acreditava ter, me fazendo perceber que ninguém nunca precisa de ninguém.
Uma hora é um dia, um dia é um mês, um mês é quase um ano. Quase um ano sem saber o que pra mim importava, oque não fazia a minima diferença, o que eu sentia e o que eu sonhava em sentir. Um mês ocupando um dia, acabava com algumas promessas e aquele pra sempre que nunca saia dali, nunca se deixava apagar. Seria por mim e pela minha inexperiência em relação a tudo aquilo, a atenção virada pra mim, espera de decisões sem sentido, vieram dores inúteis, preocupações idiotas, nada era certo e coerente. Mais uma vez uma vida se pos pra fora da minha vida, sem despedida, e tudo isso já fazia parte do que eu conhecia, da realidade. E veio vários entendimentos e talvez o arrependimento, uma sensação de que eu poderia ter mudado e prolongado, tido por mais tempo ali, com algumas frases decoradas, e tudo acabaria bem, mas não adiantava.
Eu não teria conhecido pessoas assim, não teria histórias pra contar, já que minha vida sempre foi despercebida, não fazia diferença, nem pra mim. Mas eu estive ali e aprendi, cresci brincando, de uma forma livre e fantasiosa, que ajudava a ver como o mundo é e como deveria ser, me fazendo crer no certo e errado, no que era verdadeiro e no que era falso, em como as pessoas podem ser cruéis, ou boas. Tantos ali me fizeram rir e chorar, fizeram minha presença importante, deram valor ao que eu sentia, não me deixavam naqueles tempos de lágrimas forçadas ou não, falavam e escutavam, eram amigas e lembravam de mim de longe, assim como eu lembrava delas. E até que a vida acabe, eu sempre lembrarei, onde quer que esteja, dos sorrisos despertos e palavras sinceras, que não foram o suficiente para que tudo se eternizasse.

Rafaela Schmitt

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O que nos resta

Voltas completas de um mundo que se perde. Imaginário. Nenhum rosto conhecido para preencher o vazio. Nenhum rosto desconhecido com a capacidade de preencher o vazio. Nada me desperta interesse nessa altura. Não há o que chame atenção. Talvez as coisas mais simples e essenciais que a vida nos permite, eu já tenha esquecido. Precisa-se então, de uma nova descoberta? Um mundo pra se encontrar... uma alma a se juntar. Será tudo uma perda de tempo? Eu não choro, sou a lágrima. Ao mesmo tempo que não vivo, sou a vida. É tudo tão contrário e desanimador. Tenho duas de mim. Não, eu não tenho. Não as controlo. Cada uma delas tem sua própria independência. Certas vezes o impulso ajuda. Ou atrapalha. Tanto faz, agora. Um mundo perdido, outra vez. Mas não por muito tempo.

Quando eu escrevi ainda fazia algum sentido. UAHAUA Old.

sábado, 21 de agosto de 2010

Hoje ou qualquer dia, você é minha estrela-guia


Eu não queria e tampouco esperava por isso, mas tudo que a gente passou vai se esvaindo sem que se quer nós tenhamos percebido. Nunca esqueci nada daquilo, só não consigo mais sentir da mesma forma. Sabe, como se tivesse sido irreal. Muito felizmente eu sei, eu soube dar valor pro que eu sentia. E eu não vou e nem poderia mudar oque já se foi. Até o momento que te conheci eu acreditava que sentimentos pudessem existir apenas com trocas de palavras mas não sabia que o convivio com alguem pela internet podia trazer algo tão bom e diferente daquilo que até então eu conhecia. Foi assim, espontâneo. Quando eu vi você já estava fazendo parte da minha vida e do meu dia-a-dia, quando chegava uma determinada hora do dia eu tinha que falar contigo se não eu ficava estranha, sentindo falta de algo que eu sabia oque era: conversar contigo, ou pelo menos saber de ti. Me encontrava as vezes pensando no depois, que eu não podia de jeito nenhum perder essa amizade que me fazia tão bem, eu me desequilibrava psicologicamente só de pensar em te perder e eu sabia que a tendência era essa, afinal, mesmo que eu me iludisse, eu estava na frente de um computador, falando com alguém que eu nunca tinha visto, por trás de um fake. Mas espera, quem disse que tendências poderiam me desencorajar? Apesar das circunstancias eu tinha toda certeza do mundo que o que existia entre nós era verdadeiro. Não ia acabar. Oque eu temi algumas vezes foi virando realidade, nos desentendiamos por bobagens, hoje eu percebo que foram bobagens porque antes aquelas palavras todas possuiam um enorme valor.. e aos poucos eu ia me acostumando com sua ausencia, e ela que agora já era frequente, me fez acreditar que eu podia muito bem viver sem você. Doeu perceber isso, juro. E até que as coisas voltaram quase ao normal mas agora eu tinha noção de tudo: Eu estaria ali pra você, e mesmo que eu quisesse mais do que tudo que você estivesse pra mim também, eu não podia garantir isso pra sempre. Mesmo que você fosse meu melhor amigo dali, talvez a única pessoa que eu realmente amasse, eu sabia exatamente como era.. as vezes nem um tchau e as pessoas iam embora, sem se importarem com ninguém. Todo mundo que já teve um fake sabe que é assim que as coisas acontecem. Sabe o que eu lembro? Quando a gente se despediu. Aquele "lugar" que me fazia crer no que sentiamos, as fotos com legendas significativas escritas com muito carinho, os depoimentos enormes em que eu expressava tudo oque eu não podia com um abraço, isso não ia ter mais. As nossas vidas estavam mudando, não teríamos mais tanto tempo, como sempre foi... aquele dia foi péssimo e eu chorei. E nunca esqueci. Parecia que eu precisava mostrar pra todos o valor que você tinha pra mim e o medo que eu sempre tive de ficarmos longe um do outro, e agora isso tava ficando mais fácil de acontecer. Ali, onde tudo começou e que passamos a maior parte do tempo... isso ia acabar. Mas você lembra o que eu prometi? Que o que fosse possível eu SEMPRE ia fazer pra ter tua amizade. Sabe hoje eu não faço mais isso,pra mim promessas são sinonimo de ilusão e decepção mas aquela promessa eu nunca vou me arrepender de ter feito, por que valeu a pena, não valeu? Sempre consegui ENXERGAR como tu era importante na minha vida,.. Por isso quando eu realmente tive um motivo pra jogar tudo ao vento, eu lembrei. Eu simplesmente não pude ouvir só a voz da razão. As mágoas passariam, não podia ser pior do que não te 'ver' mais disso eu sabia. Hoje eu sei oque isso tudo fez comigo. E não importa, JURO, eu não ligo pra que os outros digam ou pensam sobre mim por isso. Podem achar oque quiserem, que nada disso existe, que é besteira, que eu fui burra ou o caralho a quatro... eu nem escuto. Aliás, escuto e só me sinto melhor por saber que isso foi único, só eu sei como foi bom. Sinto falta daquele tempo, mais que tudo. E é uma saudade que eu gosto de sentir. Muito obrigada por me ensinar várias coisas, e por nunca ter se afastado completamente. Eu sempre, sempre, sempre vou amar o meu melhor amigo. Sempre. Cempuspreto bréckyanduayti.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Uma história de amor.


Era dia 7 de outubro, Ana se lembrava bem. Como em todos os outros dias, ela se levantou, entrou embaixo do chuveiro, lavou seus cabelos, colocou uma roupa, comeu algo e foi pra escola. Quando a garota chegou em casa, abriu seu MSN. Um convite novo. ‘Aceite’, pensou ela. Foi por sua intuição, sempre ia. Era um garoto, chamado Bruno. Os dois começaram a conversar. Com o tempo descobriram que gostavam das mesmas bandas, das mesmas comidas, do mesmo tudo.
Tinha quase tudo em comum, exceto uma coisa: a cidade. O garoto morava em Londres. A garota, em Bolton, uma pequena cidade ao sul da Inglaterra.
Eles começaram a conversar mais e mais. Cada dia mais, cada vez mais. A mãe de Ana achou que estava viciada em internet, o que realmente estava. Ela estava certa, Ana não podia contrariá-la. A garota era apenas muito preocupada com seu futuro, não deixava de fazer lições de casa para entrar no computador. Mas assim que acabava, ligava logo o aparelho. Era também o caso de Bruno. O garoto sempre que chegava da escola deixava o computador ligado, com o Messenger aberto. Desligava a tela do computador, e fazia a lição. Sempre tinha pouca, então ficava esperando Ana, até 6 da tarde, que era quando a garota entrava, mais ou menos.
Os dois começaram a conversar aos 17 anos, e foi assim. No começo dos 18 anos, aconteceu a coisa mais esperada pras amigas de Ana (sim, porque as amigas sabiam de tudo, e esperavam há cerca de 9 meses algo acontecer): Bruno a pediu em namoro.E foi assim, se conheceram por um computador, namoravam por um computador. O que os dois tinham era maravilhoso. Uma coisa que as amigas de Ana jamais haviam experimentado, ou ouvido falar. Nem mesmo na ‘vida real’. Eles confiavam um no outro mais que qualquer casal que todas as amigas de Ana já tinham visto, ou ouvido falar. Isso requer, realmente, muita confiança. E eles se amavam. Quando as amigas de Ana passavam o dia na casa da garota, elas viam a conversa. Elas conseguiam sentir o amor. Eles estavam completa e irrevogavelmente apaixonados. Não havia nada que mudaria aquilo. O tempo passou, os dois ficavam mais apaixonados a cada dia (o que ia totalmente contra as idéias de Marcela, amiga de Ana. A garota pensava que a cada dia que se passasse, a tendência era o amor se esvair. Eles provaram que estava errada). Todo dia de manhã, na hora da aula dos dois, Bruno ligava para a garota. A acordava, para começarem o dia com a voz um do outro. Um dia o garoto apareceu com a boa notícia: ele conseguiria ir para Bolton. Passaria um dia lá, pois viajaria.
Eles se encontraram à noite, em frente à ex-escola de Ana. Ela conversou com o garoto. Ana não quis beijá-lo.
- Vou ficar dependente de você. Sei que você é uma droga pra mim, é viciante. Então se eu te beijar hoje, não vou conseguir ficar mais um minuto longe de você. A gente vai se reencontrar. E ai, vamos ficar juntos pra sempre.
Ela disse e o abraçou. Com mais força do que já abraçou outra pessoa. E o garoto se contentou em encostá-la. Ele sabia que o que Ana estava falando era verdade. Eles IRIAM se encontrar. E IRIAM passar o resto da vida juntos. Ele tinha certeza que ela era o amor da vida dele. Bom, agora a ‘maldita inclusão digital’ se transformou na melhor maldita inclusão digital.
O tempo passou rápido quando eles estavam juntos. Se divertiram muito, e Bruno gostou da simpática cidade da sua namorada. Ele foi embora no dia seguinte, cedo demais para conseguirem se despedir.
O tempo passou, e o amor dos dois só ia aumentando. Passaram-se 6 meses desde que Ana tinha conhecido seu namorado pessoalmente, e Marcela ainda não entendia por que eles não tinham se beijado. - Any, você já parou pra pensar que pode ter sido uma chance única?! Você foi idiota, você sabe disso, né? – A garota dizia, sempre culpando Ana.
Mas ela sabia o que era melhor pra ela. Já tinha cansado de explicar para Marcela. Não explicaria mais uma vez. Haviam 9 meses que os dois namoravam, e um ano que se conheciam.
Eles se amavam muito, mais que qualquer pessoa que as amigas e amigos do casal já tinha visto. Um dia, Bruno apareceu com a notícia: ele conseguiu uma bolsa em uma faculdade em Bolton, e se mudaria para a cidade tão desejada.
Ana se chocou com isso. Por semanas se perguntou se sacrificaria o tanto que o garoto iria sacrificar por ele. Mas ela não era a maior fã de pensamento. Isso a fez mal.
- Any, deixa de ser besta. Você o ama, até eu posso perceber isso! E você sabe, eu não sou a pessoa mais esperta do mundo. – Marcela disse, encorajando a amiga.
- Eu sei, Marcela, mas... Ele tá desistindo da vida toda dele em LONDRES pra vir pra BOLTON! Por mim! – Ana disse – E pela bolsa que ele ganhou na faculdade, mas é mais por mim, ele me disse.
- Ana, presta atenção. – Ana olhou pra amiga. – Você não sabe quantas meninas invejam você. Não sabem mesmo. Eu, por exemplo, te invejo demais. Daria qualquer coisa pra ter um namorado como o seu. Vocês confiam tanto um no outro, e se amam tanto. Eu tenho até nojo de ficar no quarto com você quando você ta conversando com ele. É um amor que se espalha no ar, que nossa senhora! Eu consigo sentir os coraçõezinhos explodindo pelo quarto. Ai fica tudo rosa, e você fica com uma cara de sonho realizado pro computador! Any, pára de subestimar o que você tem. Deixa de ser idiota.
- Você é um amor, sabia? Marcela, não sei. Não dá. Eu não desistiria de tanto por ele, e eu acho injusto ele desistir de tanto por mim.
Marcela bufou. Porque a amiga tinha que ser tão burra?
Meses se passaram, o tempo passava rápido. Ana não terminaria o namoro por messenger, frio demais. Ela esperaria o namorado chegar.
A garota tentava adiar o máximo possível, por mais que quisesse ver o garoto de novo. Ele tinha um cabelo lindo, e olhos mais ainda. Ana conseguiria ser invejada por todas as garotas da cidade se fosse vista com ele. Mas ela não queria inveja. Queria seguir o seu coração.
Quanto mais Ana queria adiar a situação, mais as horas corriam, e com elas os dias, as semanas, as quinzenas, os meses. O ano.
Chegou o dia; Ana esperou o seu futuro-ex-namorado onde se encontraram meses atrás.
Ela negou o beijo mais uma vez. O namorado ficou sem entender, mas aceitou.
- Olha, eu tenho que conversar com você.
- Diga. – Bruno sorriu.
- Quando você me disse ‘Vou me mudar pra Bolton’, eu fiquei feliz. Mais feliz que já fiquei há muito tempo. Mas depois eu comecei a pensar se faria o que você ta fazendo por mim. Você desistiu de toda sua vida em Londres, Bruno.
- Eu sei. Pelo melhor motivo na face da Terra. - Não, não é. Eu sinto que eu não to sendo justa com você. E sem ser justa com você, eu não sou justa comigo. Eu não sei se eu faria o que você fez. Eu acho que não. Eu sou egoísta demais, eu não sei. Não quero mais ser injusta com ninguém, não quero dormir pensando isso. Há meses eu penso nisso, e fico com peso na consciência. E, de verdade, eu não sei se seu amor é o suficiente pra mim. – A garota disse e virou as costas.
Foi andando para a sua casa. E ao contrario de momentos tristes clichês (n/a: eu odeio clichês), não estava chovendo. O céu estava azul, o sol brilhava, como raramente acontecia em Bolton. Mas o que estava dentro de Bruno (e de Ana) não era assim tão brilhante.
Para Ana chegar em casa, tinha de passar pela frente da casa de Marcela – era esse o motivo de um sempre estar na casa da outra; elas moravam lado a lado. A garota passou correndo, chorando, enquanto Marcela estava na janela. Marcela saiu correndo de casa – ignorando completamente o estado critico em que se encontrava: blusa dos ursinhos carinhosos, cabelo preso em um rabo-de-cavalo mal ajeitado, short curto de florzinhas e pantufas do tigrão – indo logo para a casa da amiga. Ela bateu a campainha, e a mãe da amiga atendeu. Disse que podia subir as escadas, Ana estava em seu quarto.
Marcela subiu correndo, tropeçou, quase caiu 3 vezes – ‘Malditas escadas enormes’, pensava – mas chegou ao quarto em segurança (lê-se sem sangue escorrendo pela cara).
- Any! O que foi, amor? – A garota encontrou a amiga deitada, chorando em sua cama. - O Bruno! – Ana não conseguia falar direito. Por essa mini-frase Marcela tinha entendido. Não tinha mais Ana e Bruno pra sempre e sempre e sempre e sempre. Agora era Ana.
A garota aprendeu a viver com a dor. Passaram-se 5 anos, Bruno estava formado em direito, era um advogado de sucesso, ainda morando em Bolton – nunca largaria a cidade que abrigava seu, ainda, maior amor. Ana era uma fotógrafa de sucesso, ganhava a vida fotografando famosos de todo mundo – mas não saíra de Bolton também, amava a cidade com todas e cada fibra de seu ser.
Bruno era melhor amigo de Ana, Ana era melhor amiga de Bruno. Ana tinha um noivo, um executivo de sucesso, que vivia de Londres pra Bolton, de Bolton pra Londres. Já Bruno sabia: por mais que tentasse achar alguém igual à Ana, não conseguiria. Só ela seria o amor da sua vida, que ele amava excepcionalmente. Nunca iria mudar.
Ana iria passar algum tempo fora da cidade, iria para a capital, fotografar uma banda inglesa. Iria dirigindo à Londres – depois de tanto custo para tirar a carteira de motorista, agora queria mostrar ao mundo que tinha um carro e sabia guia-lo.
Um carro. Dia chuvoso. Pista dupla. Um caminhão. Visão confundida. Bebida em excesso. No que isso poderia resultar? Não em uma coisa muito boa, com certeza. O caminhão bateu de frente com o carro de Ana. Ela não estava muito longe de Bolton, portanto ela foi levada para um hospital na cidade. O seu noivo, por sorte, estava em Bolton. Foi avisado, depois os pais, Marcela. E por ultimo, Bruno. Ele se apressou em chegar ao hospital que Ana estava internada. Ele chegou antes mesmo de Felipe, noivo da garota. Bruno andou por corredores com luzes fluorescentes fracas, brancas, o que aumentava a aflição dele.Como estaria Ana? A SUA Ana? Ele nunca imaginou nada de mal acontecendo à SUA Ana. Ela sempre seria dele, amiga ou namorada. Seria dele.
Achou o quarto em questão, 842. Abriu a porta com cautela, e viu a imagem mais horrível que jamais poderia ter imaginado: Ana, sua Ana, deitada em uma cama de hospital, com ferimentos por todo o rosto e braços – as únicas partes de seu corpo que estavam aparentes. Ele chorou. Não queria ver a pessoa que ele mais amava em todo o universo daquele estado. ‘Frase clichê’, pensou, ‘mas porque não eu?’. As lágrimas caiam com força. Ele saiu do quarto com a visão embaçada pelas lágrimas; não sabia o que podia fazer.Ele foi para o lugar do hospital em que se era permitido fumar, e fez uma coisa que não fazia desde que tinha conhecido Ana: acendeu um cigarro. Começou a fumar, e ficou sozinho lá, encarando a parede. Imaginando se teria sido diferente se ele tivesse continuado em Londres. Ele lembrava, foi quem apoiou o curso de fotografia.
- Ah, cara... – Ana chegou se lamentando.
- Que foi, Any? – Bruno sorriu.
- Eu tenho que escolher o que eu vou fazer da vida, mas... É difícil demais!
- Eu sei bem como é... Porque não tenta fotografia? – Bruno apontou para a máquina digital, que agora estava nas mãos da garota. – Eu sei que você adora tirar fotos. - Bruno, sabia que você é um GÊNIO? – Ana sorriu e abraçou o melhor amigo. SEU melhor amigo.
Se ele não tivesse sugerido o curso, Ana não estaria no hospital à essa hora. Os pensamentos profundos do garoto foram cortados quando a porta se abriu, fazendo o garoto estremecer.
- Ah, que susto, doutor. – Bruno se virou.
- Desculpe. Você é Bruno, certo?
- Certo.
- Bom, você tem bastante contato com Ana, certo? – Bruno balançou a cabeça positivamente. – Nesse caso, eu sinto muito. Para sobreviver, a Ana precisaria de um coração novo.
A lista de espera por um coração é grande, e não sei se ela conseguirá sobreviver até chegar sua vez de receber um novo coração.
Como poderia viver em um mundo sem Ana?! Saiu do lugar. Não podia esperar as coisas acontecerem, e ele ser egoísta e ficar em seu mundo, fumando até Ana ir pra outro lugar. Ele pegou um papel, uma caneta e escreveu um endereço, e um horário, uma hora depois daquilo. Entregou para o noivo de Ana, que agora estava na sala de espera.
- Já foi vê-la? – Perguntou Bruno. O noivo negou com a cabeça.
Ele saiu andando, saiu do hospital. Foi para seu escritório, pegou 3 papéis grandes e digitou 3 cartas. Uma para os pais. Uma para Ana. E uma sobre os desejos que tinha.Ele tomou um remédio depois disso. E dormiu, lenta e serenamente, dormiu. Não acordaria mais. Quando o noivo de Ana chegou, encontrou Bruno deitado no chão, sem pulso. Estava morto. Em cima da mesa, 3 cartas. Um recado para ele: "Eu não gosto de você. Nunca vou gostar. Mas mesmo assim, você tem que fazer algo que não poderei fazer. Leve meu corpo para o hospital, com essa carta em cima dele. A carta que está em cima das outras. Após isso, entregue a segunda carta para Ana quando ela acordar. E quando a noticia da minha morte chegar, entregue a terceira para os meus pais."
Assim acabava a carta. Felipe não acreditava no que lia. Não acreditou, e nem precisava. Correu para o hospital em seu carro. Ele entregou a carta e o corpo do homem, que agora estava ainda mais branco. Aconteceu na hora; o coração dele foi tirado e levado para Ana. Quando ela acordou, não muito depois, viu os pais dela, seu noivo e os pais do namorado de 6 anos atrás. Eles sorriam e choravam; ela não entendeu. Foi quando viu a carta com a letra dele, escrito o nome dela. Ela pegou a carta e leu, então. "Meu amor, bom dia. É hora de acordar. Eu não pude te ligar hoje, você estava ocupada. Por isso deixei essa carta. Sabe, eu não vou estar ai por um bom tempo, as pessoas sabem quando a sua hora chega. E eu aceitei a minha com a mesma felicidade que eu tinha quando te vi na frente da sua escola. A minha hora chegou quando seu fim estava http://xn--prximo-cxa.Eu te prometi que te protegeria de tudo e qualquer coisa que acontecesse, e mesmo sem chamar, eu estive lá. Desta vez não me chamou, quis resolver sozinha, eu não podia deixar. Eu resolvi dar um fim então. Eu estava ficando cansado, o trabalho pesava demais. Mas porque agora? Eu não sei. Mas não teria sentido eu viver em um mundo que você não existe. Então eu decidi ir antes e ajeitar as coisas. Pra daqui a alguns anos nós conversarmos aqui na minha nova casa. Agora eu tenho que ir, meu amor. Esse coração no teu peito, esse coração que bate no teu peito. É o mesmo coração que está inundado do amor que você disse não ser o suficiente. É o mesmo coração que lhe dava amor todo dia. Por favor, cuide bem dele. Agora eu preciso ir, preciso descansar um pouco. Eu vou estar sempre contigo. Eu te amo !
PS: Não sei se vou conseguir te acordar amanhã. Você me perdoa por isso?"
Então ela chorou. Chorou e abraçou os pais, os pais dele. Chorou como nunca, e tremia por tantas emoções passarem por seu corpo. Ana encarou o noivo. Terminou o noivado naquele dia. Não adiantava esconder algo que estava na cara: ela amava Bruno, e seria sempre o SEU Bruno. ELE era o homem de sua vida, não Felipe. O homem que sempre esteve lá, amando-a ao máximo. Em qualquer momento.
Ela chorou muito, e seguiu a vida. Todos os dias ela lembrava de Bruno. Viver em um mundo sem ele não fazia sentido. Mas não desperdiçaria todo o amor e que estava dentro dela. Ela podia sentir seu coração batendo. Ela lembrava a cada momento, que mesmo separados eles estavam juntos. Mas apenas uma coisa fazia seu coração se apertar, se contorcer de dor. Que fazia uma lágrima se escorrer sempre que pensava nisso.
Ela sentia falta daqueles beijos. Dos beijos que foram negados. Mas ela foi feliz. Morreu com seus oitenta e tantos anos. Mas era sempre feliz. Afinal,
O coração do homem de sua vida batia dentro dela.
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Tinha que postar, é lindo, lindo, lindo. E olha que eu não sou lá muito sensível, KKK.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O ultimo fato

Uma série de possibilidades e segredos e mistérios...Não há crença que mude, todos um dia vão saber. Os que aqui ainda estão muitas vezes não se conformam, mas não há tanto tempo assim... pra deixar que a dor o cegue, e não escutar a voz... a voz da vida...
Ela chega assim do nada e toma conta. Como alguém que dá um susto. Mas o susto afeta os que estão ao redor, não existe mais a vítima.
De várias formas, assim... devagar, torturante, como um choque, inesperada... ou previsível, marcante, inesquecível, fácil, companheira... ou empregada, injusta, assutadora, criminosa, cheia de vida! Ela nunca desaparece. Ela nunca morre. Conhece a todos, sempre está no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa... Ela não falha, não tem esse poder. Ela tem como dever penetrar a dor em várias pessoas ao mesmo tempo, levando sempre a vítima em seus braços.
Ela tem um contrato com a Vida. E um dia eu vou conhecê-la, e você também vai... Tantas pessoas já esbarraram com a morte...

Rafaela Schmitt

sábado, 7 de agosto de 2010

Confuso

Que vento é esse? Nunca o senti. Frio e calor, tudo se confunde, entre lembranças e vontades, passado e presente. É decepcionante esperar o sol e receber a chuva. Mas ela é calma, tempestades nem existem mais. Muita coisa ainda é possível com essa chuva: Sorrir, aproveitar, VIVER... Ela limita. Faz lembrar o sol tão querido, os dias que se passaram antes da chuva. Ela te coloca pra baixo quando está sozinho. Mas não há oque esconder de você mesmo. Lágrimas? Elas não caem, não são necessárias nem atrativas. Amanhã o sol já vem. Entre esquecer ou se acostumar, oque você faz?

Rafaela Schmitt

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Fugir? Me expressar? Pra quê?

Como saber? Como aceitar? Tudo acaba, não importa o quanto dure. A felicidade acaba, mas a dor também. A vida acaba. Tudo, sem excessões. Desse modo, pra ser feliz, é preciso lembrar.
Eu posso até não saber o lugar certo a pisar, mas quando o faço, sei bem onde estou. Complicado? A mente do ser humano É complicada. Mas...quem é que liga? Quem vai tentar te entender verdadeira e fielmente mesmo sabendo que isso é quase ou totalmente impossível? Se alguém tiver por perto uma pessoa assim, acredite, tens muita sorte. Nem eu me entendo, muitas vezes.
Eu poderia fugir,não poderia? Poderia também sair por aí falando pra todos do que eu sinto, oque eu quero. Do que adiantaria? Poderiam todos me escutar, mas diferença nenhuma faria. Admirados ou não, são insignificantes, dispensáveis. Tudo oque eu falar vai ser perdido depois. As palavras se transformarão em mentiras, ou simplesmente passado. É verdade, e somos nós quem escolhemos. Meu dia depende de mim, eu sei. Mas as vezes parece que tudo em mim é automático. Não é impulsividade, talvez falta de autoconfiança, amor próprio. Um erro: Sentir algo por alguém sem sentir muito mais por si próprio. Eu só preciso de um tempo, um pequeno tempo pra entender pequenos detalhes. E depois, nada mais vai existir.

Rafaela Schmitt

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Contraditório

Nasce agora uma nova vida. Uma história que nunca aconteceu. Alguém que ainda não sabe nada do mundo. Amanhã é outro dia. As coisas mudam. Além de você, há quase que infinitas histórias. Todas diferentes. Lembranças. Sentimentos, sensações, decepções, uma conversa nunca esquecida. Hoje morreram pessoas que você não conheceu. Elas eram como você: possuiam vontades, sonhos, uma história inteira desde que chegaram por aqui... nesse lugar onde nada é previsivel. O mundo é cheio de diferenças e contradições: Enquanto você dorme em uma cama aquecida tendo belos sonhos , há inúmeras pessoas dormindo no chão, passando frio e tendo pesadelos. Em algum lugar lá fora, vai ter alguém chorando de tristeza enquanto você estiver chorando de tanta felicidade. Enquanto você planeja sua vida, constrói sonhos, há pessoas lá fora que terão seus sonhos destruídos, se afogarão no poço da desilusão. Houveram tantas pessoas que agora são... nada. Você ri, sonha, vive, é feliz... e no mesmo tempo que isso acontece e é verdade, muitas pessoas como você estão passando fome, proibidos de sonhar, limitados a viver, não conhecem a beleza de um sorriso... é tudo tão contraditório, e é isso que me encomoda tanto desde que tenho consciência de onde eu vivo, e do veneno que existe a minha volta.

Rafaela Schmitt