quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O que nos resta

Voltas completas de um mundo que se perde. Imaginário. Nenhum rosto conhecido para preencher o vazio. Nenhum rosto desconhecido com a capacidade de preencher o vazio. Nada me desperta interesse nessa altura. Não há o que chame atenção. Talvez as coisas mais simples e essenciais que a vida nos permite, eu já tenha esquecido. Precisa-se então, de uma nova descoberta? Um mundo pra se encontrar... uma alma a se juntar. Será tudo uma perda de tempo? Eu não choro, sou a lágrima. Ao mesmo tempo que não vivo, sou a vida. É tudo tão contrário e desanimador. Tenho duas de mim. Não, eu não tenho. Não as controlo. Cada uma delas tem sua própria independência. Certas vezes o impulso ajuda. Ou atrapalha. Tanto faz, agora. Um mundo perdido, outra vez. Mas não por muito tempo.

Quando eu escrevi ainda fazia algum sentido. UAHAUA Old.

sábado, 21 de agosto de 2010

Hoje ou qualquer dia, você é minha estrela-guia


Eu não queria e tampouco esperava por isso, mas tudo que a gente passou vai se esvaindo sem que se quer nós tenhamos percebido. Nunca esqueci nada daquilo, só não consigo mais sentir da mesma forma. Sabe, como se tivesse sido irreal. Muito felizmente eu sei, eu soube dar valor pro que eu sentia. E eu não vou e nem poderia mudar oque já se foi. Até o momento que te conheci eu acreditava que sentimentos pudessem existir apenas com trocas de palavras mas não sabia que o convivio com alguem pela internet podia trazer algo tão bom e diferente daquilo que até então eu conhecia. Foi assim, espontâneo. Quando eu vi você já estava fazendo parte da minha vida e do meu dia-a-dia, quando chegava uma determinada hora do dia eu tinha que falar contigo se não eu ficava estranha, sentindo falta de algo que eu sabia oque era: conversar contigo, ou pelo menos saber de ti. Me encontrava as vezes pensando no depois, que eu não podia de jeito nenhum perder essa amizade que me fazia tão bem, eu me desequilibrava psicologicamente só de pensar em te perder e eu sabia que a tendência era essa, afinal, mesmo que eu me iludisse, eu estava na frente de um computador, falando com alguém que eu nunca tinha visto, por trás de um fake. Mas espera, quem disse que tendências poderiam me desencorajar? Apesar das circunstancias eu tinha toda certeza do mundo que o que existia entre nós era verdadeiro. Não ia acabar. Oque eu temi algumas vezes foi virando realidade, nos desentendiamos por bobagens, hoje eu percebo que foram bobagens porque antes aquelas palavras todas possuiam um enorme valor.. e aos poucos eu ia me acostumando com sua ausencia, e ela que agora já era frequente, me fez acreditar que eu podia muito bem viver sem você. Doeu perceber isso, juro. E até que as coisas voltaram quase ao normal mas agora eu tinha noção de tudo: Eu estaria ali pra você, e mesmo que eu quisesse mais do que tudo que você estivesse pra mim também, eu não podia garantir isso pra sempre. Mesmo que você fosse meu melhor amigo dali, talvez a única pessoa que eu realmente amasse, eu sabia exatamente como era.. as vezes nem um tchau e as pessoas iam embora, sem se importarem com ninguém. Todo mundo que já teve um fake sabe que é assim que as coisas acontecem. Sabe o que eu lembro? Quando a gente se despediu. Aquele "lugar" que me fazia crer no que sentiamos, as fotos com legendas significativas escritas com muito carinho, os depoimentos enormes em que eu expressava tudo oque eu não podia com um abraço, isso não ia ter mais. As nossas vidas estavam mudando, não teríamos mais tanto tempo, como sempre foi... aquele dia foi péssimo e eu chorei. E nunca esqueci. Parecia que eu precisava mostrar pra todos o valor que você tinha pra mim e o medo que eu sempre tive de ficarmos longe um do outro, e agora isso tava ficando mais fácil de acontecer. Ali, onde tudo começou e que passamos a maior parte do tempo... isso ia acabar. Mas você lembra o que eu prometi? Que o que fosse possível eu SEMPRE ia fazer pra ter tua amizade. Sabe hoje eu não faço mais isso,pra mim promessas são sinonimo de ilusão e decepção mas aquela promessa eu nunca vou me arrepender de ter feito, por que valeu a pena, não valeu? Sempre consegui ENXERGAR como tu era importante na minha vida,.. Por isso quando eu realmente tive um motivo pra jogar tudo ao vento, eu lembrei. Eu simplesmente não pude ouvir só a voz da razão. As mágoas passariam, não podia ser pior do que não te 'ver' mais disso eu sabia. Hoje eu sei oque isso tudo fez comigo. E não importa, JURO, eu não ligo pra que os outros digam ou pensam sobre mim por isso. Podem achar oque quiserem, que nada disso existe, que é besteira, que eu fui burra ou o caralho a quatro... eu nem escuto. Aliás, escuto e só me sinto melhor por saber que isso foi único, só eu sei como foi bom. Sinto falta daquele tempo, mais que tudo. E é uma saudade que eu gosto de sentir. Muito obrigada por me ensinar várias coisas, e por nunca ter se afastado completamente. Eu sempre, sempre, sempre vou amar o meu melhor amigo. Sempre. Cempuspreto bréckyanduayti.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Uma história de amor.


Era dia 7 de outubro, Ana se lembrava bem. Como em todos os outros dias, ela se levantou, entrou embaixo do chuveiro, lavou seus cabelos, colocou uma roupa, comeu algo e foi pra escola. Quando a garota chegou em casa, abriu seu MSN. Um convite novo. ‘Aceite’, pensou ela. Foi por sua intuição, sempre ia. Era um garoto, chamado Bruno. Os dois começaram a conversar. Com o tempo descobriram que gostavam das mesmas bandas, das mesmas comidas, do mesmo tudo.
Tinha quase tudo em comum, exceto uma coisa: a cidade. O garoto morava em Londres. A garota, em Bolton, uma pequena cidade ao sul da Inglaterra.
Eles começaram a conversar mais e mais. Cada dia mais, cada vez mais. A mãe de Ana achou que estava viciada em internet, o que realmente estava. Ela estava certa, Ana não podia contrariá-la. A garota era apenas muito preocupada com seu futuro, não deixava de fazer lições de casa para entrar no computador. Mas assim que acabava, ligava logo o aparelho. Era também o caso de Bruno. O garoto sempre que chegava da escola deixava o computador ligado, com o Messenger aberto. Desligava a tela do computador, e fazia a lição. Sempre tinha pouca, então ficava esperando Ana, até 6 da tarde, que era quando a garota entrava, mais ou menos.
Os dois começaram a conversar aos 17 anos, e foi assim. No começo dos 18 anos, aconteceu a coisa mais esperada pras amigas de Ana (sim, porque as amigas sabiam de tudo, e esperavam há cerca de 9 meses algo acontecer): Bruno a pediu em namoro.E foi assim, se conheceram por um computador, namoravam por um computador. O que os dois tinham era maravilhoso. Uma coisa que as amigas de Ana jamais haviam experimentado, ou ouvido falar. Nem mesmo na ‘vida real’. Eles confiavam um no outro mais que qualquer casal que todas as amigas de Ana já tinham visto, ou ouvido falar. Isso requer, realmente, muita confiança. E eles se amavam. Quando as amigas de Ana passavam o dia na casa da garota, elas viam a conversa. Elas conseguiam sentir o amor. Eles estavam completa e irrevogavelmente apaixonados. Não havia nada que mudaria aquilo. O tempo passou, os dois ficavam mais apaixonados a cada dia (o que ia totalmente contra as idéias de Marcela, amiga de Ana. A garota pensava que a cada dia que se passasse, a tendência era o amor se esvair. Eles provaram que estava errada). Todo dia de manhã, na hora da aula dos dois, Bruno ligava para a garota. A acordava, para começarem o dia com a voz um do outro. Um dia o garoto apareceu com a boa notícia: ele conseguiria ir para Bolton. Passaria um dia lá, pois viajaria.
Eles se encontraram à noite, em frente à ex-escola de Ana. Ela conversou com o garoto. Ana não quis beijá-lo.
- Vou ficar dependente de você. Sei que você é uma droga pra mim, é viciante. Então se eu te beijar hoje, não vou conseguir ficar mais um minuto longe de você. A gente vai se reencontrar. E ai, vamos ficar juntos pra sempre.
Ela disse e o abraçou. Com mais força do que já abraçou outra pessoa. E o garoto se contentou em encostá-la. Ele sabia que o que Ana estava falando era verdade. Eles IRIAM se encontrar. E IRIAM passar o resto da vida juntos. Ele tinha certeza que ela era o amor da vida dele. Bom, agora a ‘maldita inclusão digital’ se transformou na melhor maldita inclusão digital.
O tempo passou rápido quando eles estavam juntos. Se divertiram muito, e Bruno gostou da simpática cidade da sua namorada. Ele foi embora no dia seguinte, cedo demais para conseguirem se despedir.
O tempo passou, e o amor dos dois só ia aumentando. Passaram-se 6 meses desde que Ana tinha conhecido seu namorado pessoalmente, e Marcela ainda não entendia por que eles não tinham se beijado. - Any, você já parou pra pensar que pode ter sido uma chance única?! Você foi idiota, você sabe disso, né? – A garota dizia, sempre culpando Ana.
Mas ela sabia o que era melhor pra ela. Já tinha cansado de explicar para Marcela. Não explicaria mais uma vez. Haviam 9 meses que os dois namoravam, e um ano que se conheciam.
Eles se amavam muito, mais que qualquer pessoa que as amigas e amigos do casal já tinha visto. Um dia, Bruno apareceu com a notícia: ele conseguiu uma bolsa em uma faculdade em Bolton, e se mudaria para a cidade tão desejada.
Ana se chocou com isso. Por semanas se perguntou se sacrificaria o tanto que o garoto iria sacrificar por ele. Mas ela não era a maior fã de pensamento. Isso a fez mal.
- Any, deixa de ser besta. Você o ama, até eu posso perceber isso! E você sabe, eu não sou a pessoa mais esperta do mundo. – Marcela disse, encorajando a amiga.
- Eu sei, Marcela, mas... Ele tá desistindo da vida toda dele em LONDRES pra vir pra BOLTON! Por mim! – Ana disse – E pela bolsa que ele ganhou na faculdade, mas é mais por mim, ele me disse.
- Ana, presta atenção. – Ana olhou pra amiga. – Você não sabe quantas meninas invejam você. Não sabem mesmo. Eu, por exemplo, te invejo demais. Daria qualquer coisa pra ter um namorado como o seu. Vocês confiam tanto um no outro, e se amam tanto. Eu tenho até nojo de ficar no quarto com você quando você ta conversando com ele. É um amor que se espalha no ar, que nossa senhora! Eu consigo sentir os coraçõezinhos explodindo pelo quarto. Ai fica tudo rosa, e você fica com uma cara de sonho realizado pro computador! Any, pára de subestimar o que você tem. Deixa de ser idiota.
- Você é um amor, sabia? Marcela, não sei. Não dá. Eu não desistiria de tanto por ele, e eu acho injusto ele desistir de tanto por mim.
Marcela bufou. Porque a amiga tinha que ser tão burra?
Meses se passaram, o tempo passava rápido. Ana não terminaria o namoro por messenger, frio demais. Ela esperaria o namorado chegar.
A garota tentava adiar o máximo possível, por mais que quisesse ver o garoto de novo. Ele tinha um cabelo lindo, e olhos mais ainda. Ana conseguiria ser invejada por todas as garotas da cidade se fosse vista com ele. Mas ela não queria inveja. Queria seguir o seu coração.
Quanto mais Ana queria adiar a situação, mais as horas corriam, e com elas os dias, as semanas, as quinzenas, os meses. O ano.
Chegou o dia; Ana esperou o seu futuro-ex-namorado onde se encontraram meses atrás.
Ela negou o beijo mais uma vez. O namorado ficou sem entender, mas aceitou.
- Olha, eu tenho que conversar com você.
- Diga. – Bruno sorriu.
- Quando você me disse ‘Vou me mudar pra Bolton’, eu fiquei feliz. Mais feliz que já fiquei há muito tempo. Mas depois eu comecei a pensar se faria o que você ta fazendo por mim. Você desistiu de toda sua vida em Londres, Bruno.
- Eu sei. Pelo melhor motivo na face da Terra. - Não, não é. Eu sinto que eu não to sendo justa com você. E sem ser justa com você, eu não sou justa comigo. Eu não sei se eu faria o que você fez. Eu acho que não. Eu sou egoísta demais, eu não sei. Não quero mais ser injusta com ninguém, não quero dormir pensando isso. Há meses eu penso nisso, e fico com peso na consciência. E, de verdade, eu não sei se seu amor é o suficiente pra mim. – A garota disse e virou as costas.
Foi andando para a sua casa. E ao contrario de momentos tristes clichês (n/a: eu odeio clichês), não estava chovendo. O céu estava azul, o sol brilhava, como raramente acontecia em Bolton. Mas o que estava dentro de Bruno (e de Ana) não era assim tão brilhante.
Para Ana chegar em casa, tinha de passar pela frente da casa de Marcela – era esse o motivo de um sempre estar na casa da outra; elas moravam lado a lado. A garota passou correndo, chorando, enquanto Marcela estava na janela. Marcela saiu correndo de casa – ignorando completamente o estado critico em que se encontrava: blusa dos ursinhos carinhosos, cabelo preso em um rabo-de-cavalo mal ajeitado, short curto de florzinhas e pantufas do tigrão – indo logo para a casa da amiga. Ela bateu a campainha, e a mãe da amiga atendeu. Disse que podia subir as escadas, Ana estava em seu quarto.
Marcela subiu correndo, tropeçou, quase caiu 3 vezes – ‘Malditas escadas enormes’, pensava – mas chegou ao quarto em segurança (lê-se sem sangue escorrendo pela cara).
- Any! O que foi, amor? – A garota encontrou a amiga deitada, chorando em sua cama. - O Bruno! – Ana não conseguia falar direito. Por essa mini-frase Marcela tinha entendido. Não tinha mais Ana e Bruno pra sempre e sempre e sempre e sempre. Agora era Ana.
A garota aprendeu a viver com a dor. Passaram-se 5 anos, Bruno estava formado em direito, era um advogado de sucesso, ainda morando em Bolton – nunca largaria a cidade que abrigava seu, ainda, maior amor. Ana era uma fotógrafa de sucesso, ganhava a vida fotografando famosos de todo mundo – mas não saíra de Bolton também, amava a cidade com todas e cada fibra de seu ser.
Bruno era melhor amigo de Ana, Ana era melhor amiga de Bruno. Ana tinha um noivo, um executivo de sucesso, que vivia de Londres pra Bolton, de Bolton pra Londres. Já Bruno sabia: por mais que tentasse achar alguém igual à Ana, não conseguiria. Só ela seria o amor da sua vida, que ele amava excepcionalmente. Nunca iria mudar.
Ana iria passar algum tempo fora da cidade, iria para a capital, fotografar uma banda inglesa. Iria dirigindo à Londres – depois de tanto custo para tirar a carteira de motorista, agora queria mostrar ao mundo que tinha um carro e sabia guia-lo.
Um carro. Dia chuvoso. Pista dupla. Um caminhão. Visão confundida. Bebida em excesso. No que isso poderia resultar? Não em uma coisa muito boa, com certeza. O caminhão bateu de frente com o carro de Ana. Ela não estava muito longe de Bolton, portanto ela foi levada para um hospital na cidade. O seu noivo, por sorte, estava em Bolton. Foi avisado, depois os pais, Marcela. E por ultimo, Bruno. Ele se apressou em chegar ao hospital que Ana estava internada. Ele chegou antes mesmo de Felipe, noivo da garota. Bruno andou por corredores com luzes fluorescentes fracas, brancas, o que aumentava a aflição dele.Como estaria Ana? A SUA Ana? Ele nunca imaginou nada de mal acontecendo à SUA Ana. Ela sempre seria dele, amiga ou namorada. Seria dele.
Achou o quarto em questão, 842. Abriu a porta com cautela, e viu a imagem mais horrível que jamais poderia ter imaginado: Ana, sua Ana, deitada em uma cama de hospital, com ferimentos por todo o rosto e braços – as únicas partes de seu corpo que estavam aparentes. Ele chorou. Não queria ver a pessoa que ele mais amava em todo o universo daquele estado. ‘Frase clichê’, pensou, ‘mas porque não eu?’. As lágrimas caiam com força. Ele saiu do quarto com a visão embaçada pelas lágrimas; não sabia o que podia fazer.Ele foi para o lugar do hospital em que se era permitido fumar, e fez uma coisa que não fazia desde que tinha conhecido Ana: acendeu um cigarro. Começou a fumar, e ficou sozinho lá, encarando a parede. Imaginando se teria sido diferente se ele tivesse continuado em Londres. Ele lembrava, foi quem apoiou o curso de fotografia.
- Ah, cara... – Ana chegou se lamentando.
- Que foi, Any? – Bruno sorriu.
- Eu tenho que escolher o que eu vou fazer da vida, mas... É difícil demais!
- Eu sei bem como é... Porque não tenta fotografia? – Bruno apontou para a máquina digital, que agora estava nas mãos da garota. – Eu sei que você adora tirar fotos. - Bruno, sabia que você é um GÊNIO? – Ana sorriu e abraçou o melhor amigo. SEU melhor amigo.
Se ele não tivesse sugerido o curso, Ana não estaria no hospital à essa hora. Os pensamentos profundos do garoto foram cortados quando a porta se abriu, fazendo o garoto estremecer.
- Ah, que susto, doutor. – Bruno se virou.
- Desculpe. Você é Bruno, certo?
- Certo.
- Bom, você tem bastante contato com Ana, certo? – Bruno balançou a cabeça positivamente. – Nesse caso, eu sinto muito. Para sobreviver, a Ana precisaria de um coração novo.
A lista de espera por um coração é grande, e não sei se ela conseguirá sobreviver até chegar sua vez de receber um novo coração.
Como poderia viver em um mundo sem Ana?! Saiu do lugar. Não podia esperar as coisas acontecerem, e ele ser egoísta e ficar em seu mundo, fumando até Ana ir pra outro lugar. Ele pegou um papel, uma caneta e escreveu um endereço, e um horário, uma hora depois daquilo. Entregou para o noivo de Ana, que agora estava na sala de espera.
- Já foi vê-la? – Perguntou Bruno. O noivo negou com a cabeça.
Ele saiu andando, saiu do hospital. Foi para seu escritório, pegou 3 papéis grandes e digitou 3 cartas. Uma para os pais. Uma para Ana. E uma sobre os desejos que tinha.Ele tomou um remédio depois disso. E dormiu, lenta e serenamente, dormiu. Não acordaria mais. Quando o noivo de Ana chegou, encontrou Bruno deitado no chão, sem pulso. Estava morto. Em cima da mesa, 3 cartas. Um recado para ele: "Eu não gosto de você. Nunca vou gostar. Mas mesmo assim, você tem que fazer algo que não poderei fazer. Leve meu corpo para o hospital, com essa carta em cima dele. A carta que está em cima das outras. Após isso, entregue a segunda carta para Ana quando ela acordar. E quando a noticia da minha morte chegar, entregue a terceira para os meus pais."
Assim acabava a carta. Felipe não acreditava no que lia. Não acreditou, e nem precisava. Correu para o hospital em seu carro. Ele entregou a carta e o corpo do homem, que agora estava ainda mais branco. Aconteceu na hora; o coração dele foi tirado e levado para Ana. Quando ela acordou, não muito depois, viu os pais dela, seu noivo e os pais do namorado de 6 anos atrás. Eles sorriam e choravam; ela não entendeu. Foi quando viu a carta com a letra dele, escrito o nome dela. Ela pegou a carta e leu, então. "Meu amor, bom dia. É hora de acordar. Eu não pude te ligar hoje, você estava ocupada. Por isso deixei essa carta. Sabe, eu não vou estar ai por um bom tempo, as pessoas sabem quando a sua hora chega. E eu aceitei a minha com a mesma felicidade que eu tinha quando te vi na frente da sua escola. A minha hora chegou quando seu fim estava http://xn--prximo-cxa.Eu te prometi que te protegeria de tudo e qualquer coisa que acontecesse, e mesmo sem chamar, eu estive lá. Desta vez não me chamou, quis resolver sozinha, eu não podia deixar. Eu resolvi dar um fim então. Eu estava ficando cansado, o trabalho pesava demais. Mas porque agora? Eu não sei. Mas não teria sentido eu viver em um mundo que você não existe. Então eu decidi ir antes e ajeitar as coisas. Pra daqui a alguns anos nós conversarmos aqui na minha nova casa. Agora eu tenho que ir, meu amor. Esse coração no teu peito, esse coração que bate no teu peito. É o mesmo coração que está inundado do amor que você disse não ser o suficiente. É o mesmo coração que lhe dava amor todo dia. Por favor, cuide bem dele. Agora eu preciso ir, preciso descansar um pouco. Eu vou estar sempre contigo. Eu te amo !
PS: Não sei se vou conseguir te acordar amanhã. Você me perdoa por isso?"
Então ela chorou. Chorou e abraçou os pais, os pais dele. Chorou como nunca, e tremia por tantas emoções passarem por seu corpo. Ana encarou o noivo. Terminou o noivado naquele dia. Não adiantava esconder algo que estava na cara: ela amava Bruno, e seria sempre o SEU Bruno. ELE era o homem de sua vida, não Felipe. O homem que sempre esteve lá, amando-a ao máximo. Em qualquer momento.
Ela chorou muito, e seguiu a vida. Todos os dias ela lembrava de Bruno. Viver em um mundo sem ele não fazia sentido. Mas não desperdiçaria todo o amor e que estava dentro dela. Ela podia sentir seu coração batendo. Ela lembrava a cada momento, que mesmo separados eles estavam juntos. Mas apenas uma coisa fazia seu coração se apertar, se contorcer de dor. Que fazia uma lágrima se escorrer sempre que pensava nisso.
Ela sentia falta daqueles beijos. Dos beijos que foram negados. Mas ela foi feliz. Morreu com seus oitenta e tantos anos. Mas era sempre feliz. Afinal,
O coração do homem de sua vida batia dentro dela.
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Tinha que postar, é lindo, lindo, lindo. E olha que eu não sou lá muito sensível, KKK.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O ultimo fato

Uma série de possibilidades e segredos e mistérios...Não há crença que mude, todos um dia vão saber. Os que aqui ainda estão muitas vezes não se conformam, mas não há tanto tempo assim... pra deixar que a dor o cegue, e não escutar a voz... a voz da vida...
Ela chega assim do nada e toma conta. Como alguém que dá um susto. Mas o susto afeta os que estão ao redor, não existe mais a vítima.
De várias formas, assim... devagar, torturante, como um choque, inesperada... ou previsível, marcante, inesquecível, fácil, companheira... ou empregada, injusta, assutadora, criminosa, cheia de vida! Ela nunca desaparece. Ela nunca morre. Conhece a todos, sempre está no lugar certo, na hora certa, com a pessoa certa... Ela não falha, não tem esse poder. Ela tem como dever penetrar a dor em várias pessoas ao mesmo tempo, levando sempre a vítima em seus braços.
Ela tem um contrato com a Vida. E um dia eu vou conhecê-la, e você também vai... Tantas pessoas já esbarraram com a morte...

Rafaela Schmitt

sábado, 7 de agosto de 2010

Confuso

Que vento é esse? Nunca o senti. Frio e calor, tudo se confunde, entre lembranças e vontades, passado e presente. É decepcionante esperar o sol e receber a chuva. Mas ela é calma, tempestades nem existem mais. Muita coisa ainda é possível com essa chuva: Sorrir, aproveitar, VIVER... Ela limita. Faz lembrar o sol tão querido, os dias que se passaram antes da chuva. Ela te coloca pra baixo quando está sozinho. Mas não há oque esconder de você mesmo. Lágrimas? Elas não caem, não são necessárias nem atrativas. Amanhã o sol já vem. Entre esquecer ou se acostumar, oque você faz?

Rafaela Schmitt

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Fugir? Me expressar? Pra quê?

Como saber? Como aceitar? Tudo acaba, não importa o quanto dure. A felicidade acaba, mas a dor também. A vida acaba. Tudo, sem excessões. Desse modo, pra ser feliz, é preciso lembrar.
Eu posso até não saber o lugar certo a pisar, mas quando o faço, sei bem onde estou. Complicado? A mente do ser humano É complicada. Mas...quem é que liga? Quem vai tentar te entender verdadeira e fielmente mesmo sabendo que isso é quase ou totalmente impossível? Se alguém tiver por perto uma pessoa assim, acredite, tens muita sorte. Nem eu me entendo, muitas vezes.
Eu poderia fugir,não poderia? Poderia também sair por aí falando pra todos do que eu sinto, oque eu quero. Do que adiantaria? Poderiam todos me escutar, mas diferença nenhuma faria. Admirados ou não, são insignificantes, dispensáveis. Tudo oque eu falar vai ser perdido depois. As palavras se transformarão em mentiras, ou simplesmente passado. É verdade, e somos nós quem escolhemos. Meu dia depende de mim, eu sei. Mas as vezes parece que tudo em mim é automático. Não é impulsividade, talvez falta de autoconfiança, amor próprio. Um erro: Sentir algo por alguém sem sentir muito mais por si próprio. Eu só preciso de um tempo, um pequeno tempo pra entender pequenos detalhes. E depois, nada mais vai existir.

Rafaela Schmitt

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Contraditório

Nasce agora uma nova vida. Uma história que nunca aconteceu. Alguém que ainda não sabe nada do mundo. Amanhã é outro dia. As coisas mudam. Além de você, há quase que infinitas histórias. Todas diferentes. Lembranças. Sentimentos, sensações, decepções, uma conversa nunca esquecida. Hoje morreram pessoas que você não conheceu. Elas eram como você: possuiam vontades, sonhos, uma história inteira desde que chegaram por aqui... nesse lugar onde nada é previsivel. O mundo é cheio de diferenças e contradições: Enquanto você dorme em uma cama aquecida tendo belos sonhos , há inúmeras pessoas dormindo no chão, passando frio e tendo pesadelos. Em algum lugar lá fora, vai ter alguém chorando de tristeza enquanto você estiver chorando de tanta felicidade. Enquanto você planeja sua vida, constrói sonhos, há pessoas lá fora que terão seus sonhos destruídos, se afogarão no poço da desilusão. Houveram tantas pessoas que agora são... nada. Você ri, sonha, vive, é feliz... e no mesmo tempo que isso acontece e é verdade, muitas pessoas como você estão passando fome, proibidos de sonhar, limitados a viver, não conhecem a beleza de um sorriso... é tudo tão contraditório, e é isso que me encomoda tanto desde que tenho consciência de onde eu vivo, e do veneno que existe a minha volta.

Rafaela Schmitt

If today was your last day - Nickelback

Meu melhor amigo me deu o melhor conselho. Ele disse: "cada dia é um presente, não um direito adquirido." Não deixe pedra sem virar. Deixe seus medos pra trás. E não leve a vida apenas como uma mera passagem. O primeiro passo que você dá é o salto mais longo. Se hoje fosse seu último dia e amanhã fosse tarde demais você poderia dizer adeus para o ontem? Você viveria cada momento como se fosse o último? Deixaria velhas fotos no passado? Doaria cada centavo que você tem? Se hoje fosse seu último dia. Ir contra o que é natural deveria ser um modo de vida. O que vale a recompensa sempre se vale a briga. Cada segundo conta porque não há segunda chance. Então viva a vida tal qual você não o fará duas vezes, não deixe sua própria vida à deriva. Se hoje fosse seu último dia e amanhã fosse tarde demais você poderia dizer adeus para o ontem? Você viveria cada momento como se fosse o último? Deixaria velhas fotos no passado? Doaria cada centavo que você tem? Ligaria para aqueles amigos que você nunca vê? Lembraria-se de velhas memórias? Perdoaria seus inimigos? Encontraria aquela pessoa com a qual você sonha? Jurando "de pés juntos" ao Deus lá de cima que você finalmente vai se apaixonar? Se hoje fosse seu último dia. Se hoje fosse seu último dia você impressionaria curando um coração partido? Você sabe que nunca é tarde demais para pedir para as estrelas, Esquecendo quem você é. Então faça o que for preciso, porque você não pode rebobinar um momento nesta vida. Não deixe nada atrapalhar o seu caminho, pois as mãos do tempo nunca estão do seu lado. Se hoje fosse seu último dia e amanhã fosse tarde demais...

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Respostas

Todos nós temos dias ruins, momentos na vida em que não dá pra levar tudo na boa. Sempre temos nossos momentos de reflexão, pensar na vida, nos amigos, na família, nos amores, nas decepções.. em tudo oque vivemos, e são esses momentos que nos fazem perceber que a vida inteira vale a pena, que cada queda acontece para nos fortalecer, cada decepção serve pra ensinar, cada perda serve pra darmos o devido valor às pessoas e às coisas. No fim, podemos enxergar que tudo sem teu lado positivo, por mais dificil que seja pra gente enxergar, devemos nos ver livres da negatividade e abrir os olhos, a vida passa. E então podermos entender todos os motivos, todos os lados, alguns porque's que não entendemos. Basta viver, e você vai aprender.

Rafaela Schmitt