sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A alma.

Um pedaço do chão que eu piso contém um sangue sem cor, sem cheiro, sem textura. Não se vê mas absolutamente se sabe, já se passaram séculos talvez, mas ainda existe. Porque uma história não se acaba assim. As flores no jardim não morrem, elas dormem, elas fogem ou são roubadas. O sol, sempre no mesmo lugar. Tanta coisa não se enxerga mas se sabe com certeza. As estrelas me passam segurança pois eu sei que elas não deixarão de existir nem por um segundo, e os ventos que sopram de vez em quando sussurram no seu ouvido: ela ainda está lá. E ela vai estar, e todos estão, e sempre estarão. A água que evaporou vai voltar, ela esteve e estará novamente. O objetivo dessas palavras que se combinam não sabemos e nem saberemos, mas elas não morrerão. Porque elas ganharam vida e existirão até que o infinito resolver ter fim. Que maluquez... Se sabe que está lá, que estou aqui, que vou embora e todos irão, mas se sabe que aconteceu, então se sabe que vai existir pra sempre, mesmo sem querer, mesmo sem roteiros, mesmo sem cor ou cheiro ou textura.
Deixamos que a tranquilidade nos proteja pois, os beijos que ganhamos, os abraços e os olhares que compartilhamos... isso também é infinito, é lindo, é absurdo. É alma.

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