sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Normalidade rotineira.

O fogo entope tua garganta, teu choro engasga e parece que tu já tá pronto pra cair morto no chão. Meu querido, você sou eu. NÃO ACREDITE EM TUDO OQUE OS OUTROS FALAREM. Tu vai acabar apodrecendo no chão, tentando levantar um pouco sequer a cabeça, sem conseguir, tu vai arrancar tua própria pele só pelo prazer de ver tanto sangue jorrando, e sentir que aquilo é real, que tu é o sangue que tá escorrendo, um sangue literalmente preto porque afinal tudo já tá escuro mesmo, não se enxerga mais nem um sinal de cor nesse mundo abaixo do mundo, coitado, eu sou você. Isso, retardado, se esbofeteia na cara, gruda a cabeça no espelho, arranca teu cabelo com as próprias mãos, e sente essa merda toda inundar teus olhos, teu quarto inteiro, - CADÊ A DOR, PORRA? - não banca o calminho agora, passividade não combina com traição, explode mesmo. Tua solidão é um presente de Deus, que deus? Tem que se foder, solidão é solidão, você e você, eu e você, grudados pelo tempo, somos um só, meu amor, sou o mal e você o bem, sou você e eu, esquece a história de amanhã, depois, o diabo a quatro, nada vai acontecer, porque a nossa vida tá selada com um beijo especial da nossa querida fiel solidão, entenda, entenda, ninguém foi feito pra ti, estamos só, o mundo é o mundo, ninguém vai te entender, nunca, tu tá fora de ar faz tanto tempo, desde que nasceu, assim como eu, na realidade. Continua aí, trouxa, bem aí no chão, teu lugar mesmo, tua fraqueza te leva até pra debaixo do chão, porque já nem te enxergam mais, nem te olham se quer, teu descuidado, tu jogou tudo por água abaixo, tentou me esconder, mas eu ainda existo, e tô pronto pra te pisar, te enterrar no chão de pedra, ver esse teu sorriso triste transformar-se em agonia, só preciso de alguns segundos, porque tudo que tu tem feito, tá me jogando pra longe, eu ainda estou aqui e quero vingança, porque meu tempo acabou. Sem ironias, nem despedidas, só vingança, sou realista, e quero ferrar com a tua vida, mostrar que um puta fraco e idiota não tem volta, tu já acabou. Assim como eu. Porque eu sou você, meu bem, nós somos um, agora um beijo, sangra no chão que eu tô de pé pra te aplaudir.

R. Schmitt

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