sábado, 21 de julho de 2012
"Ela sorriu e disse adeus"
Nunca antes eu havia visto seus olhos tão vazios, e aquilo me assustou. Eu nunca antes tive vontade de chorar por ela, e agora eu estava ali, parado na sua frente me controlando para que as lágrimas não rolassem. Ela nunca antes tinha ido embora sem me pedir um abraço, ou um beijo, ou se quer um sorriso. Agora quem estava implorando por qualquer tipo de contato era eu, em silêncio, com uma dor tão forte que eu tenho certeza que até o cara que passou do outro lado da rua nos assistindo entendeu.
Eu sentia o seu perfume e aquilo me embriagava, me entorpecia, e eu não conseguia abrir a boca pra lhe pedir perdão. Ela ainda estava intacta na minha frente, com aqueles olhos vazios e indiferentes, com um ar tranquilo e pude perceber, pela primeira vez na nossa vida, que dentro dela não havia nenhum tipo de tempestade.
"As vezes tu é tão frio que chega me doer no físico e eu não entendo..." era dessa dor que eu sinto agora que ela falava, não era? Eu sempre fui assim... o problema é que ela amoleceu meu coração. Mas muito tarde.
Sinto uma vontade doida de colar meu corpo no dela, por que é nesse vazio do seu olhar que eu quero entrar, onde agora eu vejo que não existe mais ninguém no mundo. Só ela, só ela. As lágrimas caíram e eu não sinto meus pés. Mas movo minhas mãos em direção ao rosto dela, ela não hesita, e sinto sua pele fria. Por rápidos dois segundos ela fecha os olhos e sorri.
"Adeus", ela diz.
Em prantos eu caio de joelhos na frente dela. Nunca me senti tão fraco, tão insignificante, tão cruel e feio. Ela não se importa, e aqueles seus olhos vazios eram a prova de que ela dizia a verdade. E foi exatamente assim, sem pedir um beijo um abraço um sorriso, que ela foi embora da noite mais fria da história, e também da minha vida.
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