sábado, 4 de setembro de 2010

The fake world.



Eu sabia que nunca estaria sozinha naquele momento em diante. Mas também sabia que tudo um dia acaba; que as pessoas mudam; e a realidade cada vez mais ocupando todo o espaço, arrancando a possibilidade de sonhos. Um abraço sem toque, palavras sem som, sorrisos ocultos, a única coisa que eu conseguia enxergar era a imensidão do que eu sentia. Mesmo sabendo que era tudo extremamente incerto, eu acreditava em toda aquela certeza; era o que me fazia segura da vida, que me fazia crer totalmente que a gente encontra quem realmente precisamos, uma hora ou outra, e que isso vai ser até o dia em que o mundo acabar, até o fim, até a morte. Me contenta saber que estamos todos no mesmo mundo, sob do mesmo céu, e sempre que o sol se expor, estará colocando luz na nossas vidas para que nos de forças e transmita nossos sentimentos uns para os outros.
Tinhamos noites viradas, festas imaginadas, muitas risadas intermináveis, um mundo falso onde tudo parecia real, conhecer sem precisar de aparência, isso nunca importava e era absolutamente tudo de que precisava, pessoas que pudessem me ver da maneira que eu queria, do jeito que eu não tinha medo, não quisesse fugir. Estavamos ali, brincando de ser felizes, perdendo tempo pra ganharmos a nós mesmos, tentando descobrir um do outro, cada vez mais e mais. Uma pessoa se torna inesquecível quando passamos a sentir sua falta, não por ditas palavras falsas. "Eu te amo" na maioria das vezes só demonstrava a confusão numa pessoa, que ela desconhecia o que era verdadeiro. Por um tempo, estavas ali, e eu estava, e mais uma vez, nem um tchau foi dito, jogando ao vento tudo o que pra mim tinha significado, fazendo evaporar toda aquela necessidade que eu acreditava ter, me fazendo perceber que ninguém nunca precisa de ninguém.
Uma hora é um dia, um dia é um mês, um mês é quase um ano. Quase um ano sem saber o que pra mim importava, oque não fazia a minima diferença, o que eu sentia e o que eu sonhava em sentir. Um mês ocupando um dia, acabava com algumas promessas e aquele pra sempre que nunca saia dali, nunca se deixava apagar. Seria por mim e pela minha inexperiência em relação a tudo aquilo, a atenção virada pra mim, espera de decisões sem sentido, vieram dores inúteis, preocupações idiotas, nada era certo e coerente. Mais uma vez uma vida se pos pra fora da minha vida, sem despedida, e tudo isso já fazia parte do que eu conhecia, da realidade. E veio vários entendimentos e talvez o arrependimento, uma sensação de que eu poderia ter mudado e prolongado, tido por mais tempo ali, com algumas frases decoradas, e tudo acabaria bem, mas não adiantava.
Eu não teria conhecido pessoas assim, não teria histórias pra contar, já que minha vida sempre foi despercebida, não fazia diferença, nem pra mim. Mas eu estive ali e aprendi, cresci brincando, de uma forma livre e fantasiosa, que ajudava a ver como o mundo é e como deveria ser, me fazendo crer no certo e errado, no que era verdadeiro e no que era falso, em como as pessoas podem ser cruéis, ou boas. Tantos ali me fizeram rir e chorar, fizeram minha presença importante, deram valor ao que eu sentia, não me deixavam naqueles tempos de lágrimas forçadas ou não, falavam e escutavam, eram amigas e lembravam de mim de longe, assim como eu lembrava delas. E até que a vida acabe, eu sempre lembrarei, onde quer que esteja, dos sorrisos despertos e palavras sinceras, que não foram o suficiente para que tudo se eternizasse.

Rafaela Schmitt

2 comentários:

  1. Olá Rafaela, que bom saber que você gostou do meu blog. *-*
    Adorei esse texto, ele é cheio de sentimento e realmente muito lindo.
    Vou ler os outros assim que tiver tempo (amanhã :B), beijos e boa semana. *-*

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  2. tudo isso é a pura verdade. bem profundo o texto :* mas é lindo *-* parabéns! voc realmente traduziu o que muita gente sente .

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